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Dragão azul: criatura marinha rara surge em praia de São Paulo

Um exemplar do dragão azul, uma espécie rara de lesma do mar conhecida pelo nome científico Glaucus atlanticus, foi encontrado morto na faixa de areia da praia de Peruíbe, no litoral de São Paulo. O animal foi fotografado pela bióloga e pesquisadora Gemany Caetano, que registrou o momento do achado.

A ocorrência é considerada incomum. O dragão azul é um molusco pelágico, ou seja, vive em mar aberto, e sua presença em regiões costeiras está geralmente associada a fenômenos climáticos como ciclones extratropicais e ressacas. No entanto, pode ser encontrado em águas tropicais e temperadas de todos os oceanos.

dragão azul
Dragão azul fotografado pela bióloga Gemany Caetano (Imagem: Gemany Caetano via g1)

Características e adaptação do dragão azul

A pesquisadora explicou ao g1 que o Glaucus atlanticus pertence à ordem Nudibranchia e apresenta comportamentos e características anatômicas únicas. Ele armazena oxigênio no estômago, o que lhe permite flutuar na superfície do mar. Uma curiosidade destacada por Gemany é o fato de que a coloração azul intensa corresponde à região ventral do corpo. “Ele vive com a barriga voltada para cima”, explicou.

Além da coloração exótica e do pequeno porte, que contribuem para a dificuldade de avistá-lo, o dragão azul possui expectativa de vida de cerca de um ano. Alimenta-se de outros moluscos e de cnidários, incluindo a caravela-portuguesa (Physalia physalis), conhecida por sua peçonha potente.

O dragão azul se alimenta de animais como a caravela-portuguesa (Imagem: Arthur Mota / Shutterstock.com)

Vulnerabilidade e ecossistema

Por ser exclusivamente aquático, o dragão azul não tem qualquer adaptação para o ambiente terrestre. Quando é levado até a areia por ondas mais fortes, não consegue retornar ao mar, o que leva à morte. Isso contribui para a raridade de aparições, especialmente em praias brasileiras.

“Ele é um alienígena, morfologicamente falando”, brincou a bióloga na entrevista ao g1. Quando avistados em grupo, esses animais recebem o nome de “frota azul”, em referência à tonalidade vibrante que exibem.

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Importância científica e ambiental

Apesar de pouco conhecido, o dragão azul tem relevância no contexto científico e ambiental. Os moluscos do grupo dos nudibrânquios, ao qual ele pertence, são estudados por seu potencial na pesquisa de novos fármacos e em estudos neurológicos.

A pesquisadora conduz atualmente um estudo sobre o grupo de moluscos na Universidade de São Paulo (USP). Os resultados da pesquisa ainda não foram divulgados, mas o objetivo é ampliar o conhecimento sobre o papel desses organismos no oceano.

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