Degradação da Amazônia reduz capacidade da floresta de conter aquecimento global

A degradação da floresta amazônica avança em diferentes frentes e, com isso, a capacidade da maior floresta tropical do mundo em conter os efeitos do aquecimento global diminui. Toda a devastação que atinge a Amazônia reduz a capacidade de regulação do ciclo da água doce e de remoção de carbono da atmosfera, como aponta o relatório Dez novas percepções sobre o Clima, organizado pela Future Earth.

Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Desmatamento da Amazônia pode prejudicar combate ao aquecimento global Nem a floresta amazônica está livre de produtos químicos eternos

As evidências sobre os problemas enfrentados pela Amazônia, em tempos de mudanças climáticas, foram levantadas pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que contribuiu ativamente com o levantamento. Apesar dos problemas, existem soluções possíveis para conter as causas da degradação ambiental, adiantam os especialistas.

Entre os principais problemas que devem ser combatidos no presente, estão:

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Extração de madeira; Avanço de plantações e criações de animais em áreas de preservação; Queimadas intencionais;  Criação de represas e estradas que comprometem a floresta; Extração não sustentável de bens da floresta;  Intensificação de eventos climáticos extremos, causados pela ação humana, que reduzem a resiliência da floresta.

Vale destacar que, neste ano, a bacia do Amazonas registrou sua pior seca da história, com importantes rios chegando perto do limite. É o caso do Rio Negro que atingiu a sua menor marca do nível de água em mais de 120 anos de monitoramento. 

Ciclo da degradação da floresta amazônica

Quando se analisa a Amazônia, percebe-se o quão complexa é a missão de proteger essa reserva de biodiversidade tão importante para o Brasil, para os países vizinhos (como Bolívia, Colômbia, Equador e Peru) e para o mundo. 

Segundo o novo relatório, a degradação da floresta é intensificada pelos efeitos da emergência climática (como mudanças de temperatura e de umidade) ao mesmo tempo que também os intensifica. É um ciclo que se retroalimenta, criando um problema cada vez maior e mais difícil de ser controlado.

Importância da Amazônia para o mundo

“Ao regular a temperatura e a precipitação e sequestrar carbono, ela amortece a mudança climática induzida pelo homem e, ao reciclar cerca de 16% a 22% da água doce da Terra, afeta substancialmente o equilíbrio energético planetário”, afirma o relatório sobre a importância da floresta.

Responsável por capturar o carbono e regular parte do ciclo de água doce, a Amazônia vê sua capacidade de combater o aquecimento global ser reduzida com degradação (Imagem: Nathalia Segato/Unsplash)

Para entender, em 2022, a Amazônia acumulava 47,2 bilhões de toneladas de carbono (um dos gases poluentes que mais contribuem com o efeito estufa) em sua vegetação. No entanto, mais de um terço da área original já foi degradada pela ação humana. Isso não apenas restringe o seu poder de captura, como também libera o dióxido de carbono que era armazenado em seu interior.

Como salvar a floresta?

Para recuperar as áreas já degradadas dentro do Amazônia e garantir a proteção da vegetação nativa, impedindo que o bioma chega ao seu ponto de inflexão (de não retorno para o que era antes), é preciso:

Fortalecer e exigir que as Leis ambientais relacionadas à degradação sejam respeitadas, em todos os países que abrigam a Amazônia, incluindo o Brasil; Financiar para programas de monitoramento e rastreamento de commodities; Apoiar os povos indígenas e as comunidades locais para o desenvolvimento de uma economia sustentável na região.

Com isso, será viável devolver à floresta amazônica a sua capacidade de conter parte dos efeitos do aquecimento global, como a liberação de gases do efeito estufa pela atividade humana. Este é um dos passos importantes para o planejamento de um futuro melhor.

Saiba mais:

Para além dessas ações importantes, inúmeras tecnologias emergentes também são aliadas do reflorestamento da Amazônia e podem ser fundamentais para a recuperação do bioma, como é o caso do seguinte robô que usa energia solar:

 

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