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Degelo da Antártica atinge níveis alarmantes e ameaça oceanos

A Antártica abriga mais da metade da água doce do planeta, concentrada em uma vasta e profunda camada de gelo. Em diferentes pontos do continente, esse gelo se estende sobre o oceano, formando grandes plataformas fixas. No entanto, estas estruturas estão em risco, com o avanço do degelo e a invasão da água mais quente por causa das mudanças das correntes marítimas

Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Derretimento do gelo do Ártico pode afetar a circulação oceânica global 7 filmes que nos alertam sobre a crise climática

Publicado na revista Journal of Geophysical Research: Oceans, um novo estudo indica que as plataformas de gelo estão, cada vez mais, vulneráveis ao derretimento, como a plataforma de gelo Filchner-Ronne. Isso ameaça os oceanos e os ecossistemas costeiros, como apontam os modelos climáticos. 

Plataforma de gelo Filchner-Ronne

Localizada ao sul do Mar de Weddell, a Filchner-Ronne se mantém relativamente estável, já que ainda é protegida por correntes oceânicas quase congelantes que formam uma barreira natural contra a água mais quente. Entretanto, a situação pode mudar, como sugerem os cientistas da Universidade Sorbonne, na França.


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O risco é de alterações nas correntes oceânicas, capazes de levar água quente para a plataforma, desencadeando um processo de derretimento crítico. Assim, a plataforma “derrete” de baixo para cima. Se o fenômeno ocorrer em larga escala, a elevação do nível do mar impactará cidades e regiões costeiras ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

Vale observar que, em 2021, uma placa de gelo gigante se desprendeu da plataforma Filchner-Ronne, dando origem a um enorme iceberg. A massa de gelo flutuante era tão grande que foi identificada por satélites.

Como a plataforma é afetada pela água mais quente?

Para entender como o aquecimento oceânico ameaça a estabilidade da plataforma de gelo, a equipe de cientistas analisou os dados coletados entre 2017 e 2021. Neste período, sensores submersos e dispositivos flutuantes mediram a temperatura e o movimento das correntes oceânicas, o que permitiu avaliar as interações entre o oceano e o gelo.

Degelo da Antártica ameaça grandes plataformas de gelo e coloca em risco regiões costeiras por causa do nível do mar (Imagem: Xavier Balderas Cejudo/Unsplash)

Durante o verão, a água mais quente das profundezas oceânicas sobe e flui pela depressão de Filchner, um vale submarino profundo, em direção à borda da plataforma de gelo. Em paralelo, existem rotas (ou depressões) menores, que também podem transportar água quente para a borda da plataforma. A influência dessas vias varia de acordo com o ano.

Em especial, os verões de 2017 e 2018 apresentaram padrões alarmantes. Isso porque foram registrados fluxos de água anormalmente quentes, enquanto resistia uma baixa cobertura de gelo marinho flutuante. Assim, a interação entre a água quente e a plataforma aumentou, intensificando o derretimento

Agora, é preciso entender o comportamento nos próximos meses e, idealmente, desenvolver formas de conter o problema tanto de dentro das plataformas de gelo quanto de fora. 

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