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Criador de Doom defende uso de IA para simplificar criação de jogos

Em meio às polêmicas envolvendo o uso de inteligência artificial em mídias consideradas artísticas, criador de Doom defende uso de IA para simplificar criação de jogos. Segundo John Carmack, o motor gráfico baseado em IA generativa chamado WHAMM (World and Human Action MaskGIT Model) é “um trabalho de pesquisa impressionante”.

Para quem está por fora da notícia veiculada pelo Adrenaline na última segunda-feira (7), clique aqui e teste a demo Quake II gerada por IA.

Apesar de ser um resultado impressionante, os envolvidos ressaltaram todas as limitações atuais e garantiram: “Não pretendemos que isso replique totalmente a experiência do jogo original”.

Os comentários positivos de John Carmack foram publicados após um usuário do X (antigo Twitter), autointitulado como Quake Dad, chamar a demo de “nojenta” e afirmar que “cuspia no trabalho de todos os desenvolvedores”.

Entre as preocupações dos críticos, destaca-se o medo de novas tecnologias eliminarem vagas de emprego em uma indústria já muito concorrida. O usuário explicou o seu posicionamento: “Um jogo totalmente generativo reduz o número de vagas necessárias para um projeto, dificultando a contratação de devs”.

Respondendo diretamente o posicionamento crítico, Carmack tentou expor o seu ponto de vista:

“Meus primeiros jogos envolviam código de máquina escrito à mão e conversão de sprites em papel quadriculado para hexadecimal. O progresso do software tornou esse trabalho tão irrelevante quanto a manutenção de rodas de charrete (…) Criar ferramentas poderosas é central para todo avanço na computação”.

Tim Sweeney, CEO da Epic Games, se posicionou de maneira similar ao veterano criador de Doom: “A IA será uma ferramenta poderosa na caixa de ferramentas de cada programador, artista e designer — assim como linguagens de alto nível, softwares de arte e scripting visual foram em eras passadas”.

Ou seja: ambos os figurões da indústria rejeitaram a ideia de que a IA eliminaria empregos em vez de criar novas oportunidades de trabalho mais eficientes.

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Em meio aos posicionamentos acalorados, criador de Doom defende uso de IA

Mesmo assim, Carmack admitiu que futuramente a inteligência artificial poderá gerar games completos a partir de comandos simples, mas assegurou: “Ainda existirão obras muito melhores criadas por equipes dedicadas de desenvolvedores apaixonados”.

Sobre o medo da perda de empregos, Sweeney se posicionou com clareza:  

Sempre há o medo de que a automação leve empresas a produzir o mesmo, mas com menos gente. De toda forma, a competição as levará a criar o melhor trabalho possível com as novas ferramentas — e isso tende a gerar mais empregos.

Para finalizar, o criador de Doom concluiu: “Existirão mais ou menos empregos na área? É uma questão em aberto. Pode seguir o caminho da agricultura, onde tecnologia permite que uma fração mínima da força de trabalho supra a demanda, ou das redes sociais, onde o empreendedorismo criativo floresceu em várias escalas. De qualquer forma, deixar de usar ferramentas poderosas porque eliminam empregos não é uma estratégia vencedora.”

É válido ressaltar que os posicionamentos das ilustres figuras são extremamente relevantes, mas são pensamentos de pessoas que se encontram em uma posição privilegiada, devido aos méritos próprios de suas carreiras consolidadas e premiadas.

Colegas de profissão novatos ou sem tanta bagagem estão com preocupações mais urgentes (como preservar o seu próprio emprego) sobre o uso de IA, sendo esta discussão impulsionada por tais receios.

Independentemente do posicionamento dos envolvidos, a indústria está caminhando rapidamente para um futuro no qual a IA fará parte do dia a dia de diversas profissões — não somente para os desenvolvedores de jogos.

E você? O que acha sobre tudo isso? Compartilhe o seu ponto de vista nesta publicação e continue acompanhando o Adrenaline!

Fonte: arstechnica

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