Creatina: o que é verdade e o que é mentira?
Utilizada para melhorar a capacidade física, a creatina já foi muito associada a problemas de saúde. Câncer, hipertensão e distúrbios renais são vinculados ao suplemento.
Segundo estudo publicado pelo Journal of the International Society of Sports Nutrition, diversas evidências apontam que não há relação entre o consumo de doses controladas e certas doenças. De acordo com o artigo, a creatina não provoca alteração nos rins, câncer, hipertensão e nem calvície.
Mesmo com a maioria dos resultados favoráveis, os cientistas ainda levantaram algumas dúvidas. Conforme a pesquisa divulgou, ainda existem questões quanto as propriedades terapêuticas do suplemento e seu uso durante a gestação.
“A creatina é um composto produzido no nosso próprio organismo, em particular nos rins e fígado, a partir de três aminoácidos, a arginina, a glicina e a metionina”, explicou ao Jornal da USP, Hamilton Roschel, professor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE).
Funcionamento da creatina
Ainda segundo o autor, a creatina é armazenada principalmente nos músculos, onde facilita a produção rápida de energia. Por isso, sua suplementação é amplamente utilizada para melhorar o desempenho esportivo, com potencial também em aplicações terapêuticas.
Além dos músculos, a creatina atua na produção de energia em outros tecidos. Estudos investigam seus efeitos em diferentes contextos, como saúde óssea e cognição, evidenciando sua versatilidade.
Efeitos reais
De acordo com Roschel, não existe correlação a creatina a problemas de pressão arterial. “Uma vez que se trata de uma substância que causa retenção de fluido intracelular, há uma preocupação infundada de que isso poderia afetar tanto a função renal quanto a pressão arterial”, afirmou o autor.
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O estudo também aponta que não há nenhuma relação com o surgimento de células cancerígenas no organismo. Muito pelo contrário, algumas evidências, mesmo que ainda insuficientes, apontam que a creatina pode ajudar na recuperação de massa muscular de pacientes com câncer.
“Existe na literatura uma evidência muito grande de que o suplemento é seguro, tanto na função renal, quanto para a saúde hepática, que não causa câimbras, nem calvície, ou inflama, ou causa hipertensão arterial.”, disse Bruno Gualano, professor da USP e co-autor do artigo.
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