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Como os drones estão redefinindo a guerra moderna?

A Ucrânia revelou uma nova arma de longo alcance que o país acredita que irá aumentar sua capacidade de combate contra a Rússia. Trata-se de uma mistura de drone com tecnologia de míssil, com alcance de 700 km. Chamada de Palianytsia, a arma tem potencial de abrir uma nova fase da guerra, dessa vez, no céu.

A ascensão de alguns tipos de drones na Guerra da Ucrânia pode estender seus efeitos para outros países, de acordo com artigo do The Conversation.

Para Kiev, o míssil apresenta uma vantagem, inclusive, geopolítica. Seus aliados restringem o uso de armas de longo alcance às regiões ucranianas ocupadas por Moscou, sem que o território russo seja atingido. Como essa arma não é fornecida pelos aliados, a Ucrânia não precisa cumprir essa condição.

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Imagem: evan_huang/Shutterstock

O Kremlin também tem usado tecnologia de drone em seus ataques e conseguido um efeito devastador. Em 25 de agosto, a Rússia um ataque de drones e mísseis na Ucrânia atingiu pelo menos 15 regiões e provocou quedas de energia e desabastecimento de água no país.

O problema dos drones de ataque de uma-via

Desde 2022, ambos países estão utilizando drones de ataque de uma-via, do inglês one-way attack (OWA), que são uma ameaça crescente. Enquanto a maioria dos drones militares deixa a bomba e depois retorna, os OWA também são destruídos durante a detonação do alvo.

Os OWAs conseguem usar sistemas de navegação baratos para atingir alvos a centenas de quilômetros de distância com relativa precisão. Apesar de terem ogivas menores e serem mais lentos que os mísseis comuns, os OWAs são mais simples e fáceis de serem produzidos em larga escala.

Isso significa que uma arma barata, de longo alcance e com relativa precisão agora está disponível para países e, inclusive, grupos armados que antes teriam dificuldades para construir e manter uma frota de mísseis.

Membro da Aerorozvidka, unidade especializada em ataques por drones Imagem: Reprodução/Twitter @Aerorozvidk

Em junho de 2022, um OWA improvisado que possivelmente foi feito a partir de um drone comercial vendido online, atingiu uma refinaria de óleo da Rússia em Rostov.

Até o fim de 2023, a Rússia tinha larga vantagem no ataque com drones. As companhias ucranianas têm produzido seus próprios OWAs para dar uma resposta ao Kremlin. Dessa forma, Kiev pode evitar as restrições de seus aliados e, com frequência, miram em estabelecimentos de óleo, pistas de pouso e até fábricas onde a Rússia produz drones.

Instalações com pessoal dos Estados Unidos no Oriente Médio já foram alvos de ataque de drones OWA lançados por grupos militantes. Para forças armadas de todas as partes do mundo, os custos devem aumentar na defesa aérea com os avanços dos drones OWA e outras tecnologias de drone.

Será preciso investir mais em sistemas antidrones e manter aquelas que derrotam as tradicionais ameaças, como aeronaves hostis. Poderão surgir questões sobre como derrubar grandes quantidades de drones lançadas pelo inimigo e, ao mesmo tempo, não ficar sem mísseis na defesa aérea.

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