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Cientistas coletam gelo de mais 1 milhão de anos na Antártica

Grupo internacional de cientistas europeus extraiu, com sucesso, um núcleo de gelo de 2,8 km de comprimento na Antártica, que se formou ao longo dos últimos 1,2 milhão de anos. Cada metro preserva até 13 mil anos da história climática do planeta Terra e deve fornecer pistas para enfrentar a atual crise climática

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Com a extração, “alcançamos um momento histórico para a ciência climática e ambiental”, celebra Carlo Barbante, cientista e coordenador do Beyond EPICA, em nota. Ao lado de Barbante, pesquisadores de mais de 10 instituições de pesquisa trabalharam na região da Antártica por mais de 200 dias. Tudo isso para perfurar e coletar a amostra de gelo, que funcionará como uma máquina do tempo.

Cientistas coletam amostra de gelo que é uma máquina do tempo para conhecer os últimos 1,2 milhão de anos do planeta (Imagem: Scoto©PNRA/IPEV)

Afinal, as bolhas de ar revelam qual era a composição atmosférica na época em que a água se solidificou, incluindo as concentrações de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono e o metano. 


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Nos próximos anos, modelos climatológicos poderão usar essa enorme linha do tempo para prever o clima futuro, conforme as temperaturas médias se elevam — o ano de 2024 foi o mais quente na história recente do mundo. Inclusive, alguns pontos do continente estão ficando verdes por causa do degelo.

Extração do núcleo de gelo da Antártica 

A coleta do núcleo de gelo foi realizada em Little Dome C, uma área remota e extremamente inóspita da Antártica. Localizada a 34 km da estação de Concórdia, os cientistas precisaram enfrentar temperaturas abaixo de -40 °C e ventos intensos, durante a missão. 

Embora o ambiente da escavação pareça ser um fator negativo, foram justamente essas características locais que possibilitaram a preservação do gelo por tanto tempo. Na extração, foram tão fundo que conseguiram atingir a rocha matriz sob a camada de gelo antártica.

Em seguida, a impressionante e lendária coluna de gelo foi completamente fragmentada e catalogada em fatias com aproximadamente um metro. Todo o material está sendo enviado em barcos climatizados para laboratórios da Europa, onde serão cuidadosamente analisados em um trabalho que pode levar anos para ser finalizado.

Fragmento de gelo muito antigo da Antártica pode mostrar como a humanidade enfrentará a crise climática (Imagem: ©PNRA/IPEV)

Vale destacar que o atual projeto dá continuidade a outra iniciativa, realizada entre os anos de 1996 e 2008. Neste período, os pesquisadores conseguiram extrair um núcleo de gelo que abrangia a história climática dos últimos 800 mil anos do planeta.

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