Cem Anos de Solidão: Do que fala o livro de García Márquez adaptado pela Netflix

dezembro 4, 2024

Lançado em 1967 e considerado um dos mais importantes livros da literatura latino-americana, Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez prepara-se agora para ganhar uma adaptação da Netflix em formato de série.

Filmado totalmente em espanhol, na Colômbia, com o aval dos familiares de García Márquez, falecido em 2014, o show tem a difícil tarefa de transportar para a tela um dos maiores clássicos da literatura, que há quase 60 anos encanta gerações através de uma grandiosa saga familiar.

Obra é uma das precursoras do realismo mágico

Expoente do realismo mágico – movimento latino-americano desenvolvido entre os anos de 1960 e 1970, que mistura histórias ambientadas em contextos reais com elementos mágicos e surreais –, Cem Anos de Solidão foi responsável por catapultar a carreira de García Márquez, que até então era um escritor conhecido apenas em seu país.

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Graças ao romance, o autor transformou-se em um nome famoso em todo o mundo, lançando outros livros de sucesso como Crônica de uma Morte Anunciada (1981) e O amor nos tempos do cólera (1985), além de ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em 1982.

A obra sobre a família Buendía, no entanto, continua a ter espaço de destaque na carreira do escritor, e não à toa foi considerada muitas vezes para versões cinematográficas, que nunca viram a luz do dia devido às negativas de Gabo.

Convicto de que os leitores deveriam imaginar os personagens diretamente das páginas do livro, o autor chegou a recusar propostas milionárias feitas ao romance, o que significa que a série da Netflix, permitida pela família do colombiano, é uma das mais ambiciosas empreitadas nos quais o streaming já se colocou.

História conta a saga de uma família e de uma cidade

Produção da Netflix foi filmada na Colômbia e falada em espanhol a pedido de familiares de Gabriel García Marquez (Imagem: Cem Anos de Solidão)

Ambientada na fictícia e icônica aldeia de Macondo, a história de Cem Anos de Solidão segue os passos dos Buendía, uma família condenada à solidão que o leitor acompanha por diversas gerações, começando pelo casal Jose Arcádio Buendía e Ursula Iguarán.

Ao longo dos anos, os primos, casados contra a vontade dos pais, e a pequena cidade fundada às margens de um rio crescem cada vez mais, fazendo com que a própria história dos personagem e da aldeia se confundam, e episódios de loucura, guerra, amores impossíveis e uma maldição centenária recaiam sobre tudo e todos.

Obra-prima que acompanha nada menos do que sete gerações dos Buendía, Cem Anos de Solidão trata de temas como família, hereditariedade, o tempo cíclico das coisas, e, claro, a própria solidão.

Uma mistura de assuntos que flutuam entre o real e o místico, e que para serem transformados em uma produção audiovisual de 16 episódios (divididos em duas partes), contam com direção de Laura Mora Ortega (Os Reis do Mundo) e Alex García López (Residue), além de produção executiva dos próprios filhos de Gabo, Rodrigo García e Gonzalo García Barcha.

Em Cem Anos de Solidão, o ator Claudio Cataño dá vida ao Coronel Aureliano (Imagem: Divulgação/Netflix)

Segundo o ator Claudio Cataño, que interpretou o Coronel Aureliano, foi uma honra e um risco assumir o papel – um dos mais importantes da série da Netflix.

“Macondo e seus personagens – que eu realmente sinto como meu próprio sangue –, são universais, mas ao mesmo tempo são tão únicos; tão da Colômbia, tão lindamente trágicos que é impossível não ficar preso neste mundo”, confidenciou o artista ao Tudum.

Os oito primeiros episódios de Cem Anos de Solidão chegam em 11 de dezembro na Netflix. A segunda parte da produção com os oito episódios finais ainda não têm data oficial para chegar à plataforma.

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