Caverna revela evidências do uso de plantas medicinais há 15 mil anos
Um grupo de pesquisadores descobriu o corpo de um homem que foi enterrado em uma caverna no norte da África há cerca de 15 mil anos. O que surpreendeu a equipe, no entanto, foi que os restos mortais estavam ao lado de uma planta usada até hoje em alguns medicamentos tradicionais.
Segundo os cientistas, essa é a evidência mais antiga conhecida do uso desta planta por humanos. A descoberta pode ajudar a revelar alguns mistérios sobre as práticas funerárias e da medicina pré-histórica.
Vários esqueletos foram encontrados na mesma caverna
A descoberta foi feita em La Grotte des Pigeons (A Caverna dos Pombos), também conhecida como Taforalt, localizada perto da cidade de Berkane, no nordeste de Marrocos.
No local, os arqueólogos descobriram esqueletos de vários adultos e crianças colocados em uma posição sentada ou reclinada bem na parte de trás da caverna.
Um deles, de um homem adulto de 19 a 20 anos, chamado Indivíduo 14, foi encontrado enterrado ao lado de vários objetos, incluindo ossos de animais e pedras.
Análises também identificaram recentemente centenas de restos carbonizados pertencentes a sete espécies diferentes de plantas.
O mais interessante foi a descoberta da ephedra, uma planta medicinal usada por populações da Índia e da China há milhares de anos.
O estudo foi publicado na revista Scientific Reports.
Leia mais
Cocaína em múmias pode mudar tudo que sabemos sobre uso de drogas
Como essa planta indígena pode ser usada no tratamento contra doença viral?
Orangotango trata ferida com planta medicinal e impressiona cientistas
Humanos da época sabiam das capacidades da planta
Os pesquisadores explicaram que a planta tem muitos benefícios para a saúde, como o tratamento de resfriados e doenças respiratórias. Também tem a capacidade de aumentar a energia e ajudar na perda de peso. Um de seus principais ingredientes ativos é a efedrina, um estimulante frequentemente usado para prevenir a pressão arterial baixa durante a anestesia, bem como para tratar asma, narcolepsia e obesidade.
Dada a ampla gama de usos potenciais, os pesquisadores não sabem ao certo por que o homem foi enterrado com restos carbonizados da planta. Uma das possibilidades é que ela tenha sido utilizada como alimento, uma vez que reduz a fome. A efedrina também é um vasoconstritor e poderia ter sido empregada para reduzir a quantidade de perda de sangue, indicando o uso da planta para auxiliar a recuperação de ferimentos, por exemplo.
Os pesquisadores reconhecem que nunca irão descobrir quais foram as reais intenções do uso da planta pelas pessoas que viveram há 15 mil anos. No entanto, enfatizam que é claro que essa planta “incomum e especial” foi consumida em um contexto funerário, sugerindo que eles entenderam seu significado e propriedades diferenciadas.
O post Caverna revela evidências do uso de plantas medicinais há 15 mil anos apareceu primeiro em Olhar Digital.