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Bloco de 2,4 kg de pigmento azul egípcio é descoberto no palácio de festas de Nero

Um lingote com o tamanho aproximado de uma toranja inchada, representando o pigmento sintético mais antigo da humanidade – que, há dois mil anos, teria custado verdadeira fortuna – foi descoberto nos terrenos do imponente palácio do imperador Nero, palco de festas lendárias que chocavam e fascinavam os antigos romanos.

Segundo informações do IFLScience, a descoberta ocorreu durante as escavações na Domus Aurea, a grandiosa residência encomendada por Nero e situada nas proximidades do Coliseu, no coração da Roma Antiga.

Bloco com pigmento azul foi encontrado na Domus Aurea, uma das residências do imperador romano Nero (Imagem: REMO ARCARO/Shutterstock)

Construída após o Grande Incêndio de 64 d.C. – desastre que Nero foi acusado de provocar para abrir espaço a seu novo e suntuoso palácio – o local revelava, entre outros vestígios, dois reservatórios que continham os pigmentos utilizados nas decorações murais, incluindo finas camadas de ocre vermelho e amarelo. Contudo, o destaque ficou por conta do robusto lingote de pigmento azul egípcio, pesando 2,4 kg.

A Domus Aurea era sinônimo de extrema opulência, característica compatível com o perfil do tirânico e autocomplacente imperador. O complexo abrigava dezenas de salas ricamente decoradas, banheiros com água comum e sulfurosa e diversos salões de banquetes – entre eles, a famosa coenatio rotunda, cujo teto giratório simulava o movimento dos céus.

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Pigmento azul e a infame vida de Nero

O pigmento azul egípcio, criado artificialmente, era altamente valorizado por governantes de todo o mundo antigo;

Utilizado em obras de arte, ele ajudava a conferir tons mais frios e realistas à pele das figuras, realçava o jogo de luz e sombra nas vestimentas e intensificava o brilho dos olhos;

Suas primeiras utilizações documentadas remontam ao meio do terceiro milênio, tanto no Egito quanto na Mesopotâmia e, posteriormente, seu uso se espalhou por grande parte do Mediterrâneo;

Embora um dos principais centros de produção tenha sido a cidade egípcia de Alexandria, há evidências de que o pigmento também era fabricado localmente na Península Itálica, com traços encontrados até mesmo nas ruínas de Pompeia, soterrada por erupção vulcânica em 79 d.C.

Pesquisadores do Parque Arqueológico do Coliseu esperam que as investigações em andamento na Domus Aurea revelem ainda mais evidências do uso do pigmento azul egípcio e elucidem como os artesãos antigos exploravam essas tonalidades tão impressionantes.

Nero dava festas insanas no local (Imagem: Tara Van Der Linden Photo/Shutterstock)

A profundidade do azul deste pigmento é realmente incrível,” afirmou Alfonsina Russo, diretora do Parque Arqueológico do Coliseu, em comunicado. “Mais uma vez, a Domus Aurea nos surpreende, revelando o esplendor das cores utilizadas pelos pintores que habilidosamente decoraram os ambientes deste precioso e refinado palácio imperial.”

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