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Audi Q8 2025: Andar no SUV de R$ 775 mil é quase como jogar Mario Kart

Criado em 2018, o Audi Q8 acaba de ter sua renovação de meia-vida lançada no Brasil por R$ 775 mil. SUV grande de luxo, ele não é quadradão (ou seja, discreto) como o Q7, nem é diferentão e chamativo como o rival BMW X6. Ou quase, porque a cor Bege Sakhir Ouro vai servir para esquentar discussões ao estilo “ame ou odeie”. Mas fora o estilo esguio, qual é a do SUV cupê feito na Bélgica?

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A grande sacada do Audi Q8 está em ser grandalhão, mas não parecer. Tem quase 5,0 metros de comprimento, quase 3,0 m de largura e quase 2,0 m de largura. Mas o caimento de teto e, sobretudo, as portas sem moldura superior dão leveza, bem como beleza, ao modelo.

Se uma das críticas mais básicas à Audi está na pasteurização do visual de seus modelos, o Q8 consegue escapar à fórmula de “family face” que padroniza o portfólio da marca de Ingolstadt.


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Outro ponto que define o que é o Q8 está na tecnologia. Para o bem e para o mal.

Sakhir é tom de dourado que vai bem em paisagens, mas se “apaga” no asfalto e cimento (Foto: Audi/Divulgação)

Muita tecnologia à disposição

Seis anos atrás, o interior do Q8 criado pelo brasileiro Maurício Monteiro dos Santos trouxe o conceito de 3 telas a bordo (painel de instrumentos Virtual Cockpit, tela central do MMI e tela de controle do ar-condicionado) e superfícies capacitivas sensíveis ao toque, com feedback em forma de cliques e de vibração, totalmente inspiradas no mundo dos smartphones.

Mas isso já é datado, o que fez a Audi ir além na linha 2025. Os faróis agora usam miniespelhos Matrix HD e luz alta de laser. As lanternas são de Oled, podendo mudar seu desenho interno, intensidade de luz e acender instantaneamente. Diferente e até divertido, embora tenha uso difícil de validar.

O painel de instrumentos ganha ainda mais funções e agora conversa ativamente com o sistema Adas de última geração da Audi. Se os sensores “enxergam” uma moto no ponto cego, uma seta vermelha surge na lateral do avatar do Q8 na telinha atrás do volante, indicando ao motorista onde o veículo está em tempo real. Carros e caminhões surgem e desaparecem na rua virtual desenhada no espaço de 10 polegadas do Virtual Cockpit Plus.

Ao mesmo tempo, o ACC pode “travar” no Q8 ao carro da frente, mantendo distância e velocidade relativas escolhidas pelo condutor, ao passo em que o assistente de manutenção de faixa não apenas mantém o SUV de quase 2,5 toneladas ao centro da via, mas também mexe constantemente no volante, mesmo quando a pintura de solo é ruim (algo constante no Brasil), surpreendendo (mas também irritando) bastante.

Claro que tudo isso pode ser desativado, mas em teste o interessante é aproveitar ao máximo cada um dos itens disponíveis.

Por quase 150 quilômetros, percurso dividido com dois colegas da imprensa especializada, foi possível não apenas experimentar todos esses recursos, mas ouvir opiniões diferentes.

Sim, com tudo ligado e operando, dirigir o novo Audi Q8 vira quase uma sessão de videogame. Até porque a imagem virtual do tráfego no painel de instrumentos digital pisca quase como uma versão antiga de Mario Kart, rodando em baixa atualização de frames.

Painel de instrumentos do Q8 em ação (Imagem: Eugenio Augusto Brito/Canaltech)

Excesso pode atrapalhar

Junto com as informações coloridas do heads-up display, projetadas na altura dos olhos, as imagens do Virtual Cockpit Plus acabam poluindo a mente do motorista com muita informação, quando o certo seria deixar o humano atrás do volante mais ligado no que está acontecendo na rua.

Em dado momento, uma parte do trajeto foi por trecho estreito de pista de rodagem, por conta de obras em uma rodovia da Grande São Paulo. Curiosamente, o Audi Q8 enxergou a pintura de solo original, dentre as inúmeras marcações no asfalto. E a seguiu tão fielmente, que invadiria o espaço dos operários se fosse um carro realmente autônomo, sem um motorista para intervir.

Outro ponto curiosamente controverso está no uso do eixo traseiro dinâmico (esterça até 5 graus no sentido oposto ao do volante, ou até 2 graus no mesmo sentido), que facilita curvas e manobras. Apesar de enorme e pesado, o Q8 é fácil de comandar, mesmo a velocidades maiores.

Só que, ao mesmo tempo, as rodas esportivas e gigantescas, de 23 polegadas com assinatura RS, acabam deixando tudo muito sensível, ampliando a repercussão de buracos, valetas ou mesmo desníveis do asfalto no comportamento dinâmico do carro. Acaba sendo um zero a zero da tecnologia de fábrica lutando contra o “Pacote Brasil” de equipamentos.

ACC, centralizador de faixa, freios automáticos, eixo traseiro dinâmico – tudo isso ajuda a domar SUV de quase 2.400 kg (Foto: Audi/Divulgação)

Como anda o Audi Q8 2025?

Por fim, a Audi gosta de frisar que o novo Q8, assim como o Q7, vem com novo sistema híbrido leve, que além de garantir isenção de rodízio na cidade de São Paulo, pode desacoplar o câmbio Tiptronic de 8 marchas, em velocidades de cruzeiro. Com isso, o SUV roda em costing, poupando combustível. A tecnologia está ali, mas não é algo tão simples movimentar e “dar gás” num modelo de, novamente, quase 2,5 toneladas.

Como resultado, durante o teste, foi impossível notar sua ativação. O marcador de giros sempre indicou trabalho acima de 1500 rpm, nunca um “desligamento” do motor V6 de 340 cavalos.

Além disso, mesmo que potência e torque (51 kgf/m) sejam os mesmos, os números da Audi do Brasil indicam que o Q8 está acelerando mais rápido (2 décimos a menos, em 5,6 s para o 0-100 km/h), embora o carro tenha ficado mais pesado (por ter mais equipamentos, fora a bateria de 48V e do inversor/gerador). A conta não fecha, o que pode indicar um mascaramento de estatísticas, talvez para fugir de cobranças do governo ou do Inmetro, enquanto os planos e impostos para modelos mais eficientes não são devidamente definidos.

Para terminar essa lista de nem lá, nem cá, o Audi Q8 tem um número par em seu nome, o que significa que essa versão a combustão vai ter de ser aposentada num futuro próximo. Tanto é assim, que a Audi já nomeou outro modelo, o e-tron, como Q8 e-tron. Ele é menor, tem proposta diferente, mas é tão ou mais tecnológico como o Q8 a gasolina.

Enquanto a Audi se define, o que se sabe é que a BMW e seu X6 se afirmam cada vez mais no mercado.

Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech) Veja detalhes do Audi Q8 2025 (Eugenio Augusto Brito/Canaltech)

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