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Anticoncepcional faz mal ou dá para levar uma vida saudável com ele?

A pílula anticoncepcional surgiu nos anos 1960, nos Estados Unidos, e é comercializada no Brasil desde 1962. O remédio é considerado um marco para as mulheres, uma vez que conferiu maior autonomia sobre seus corpos e sobre a decisão de engravidar ou não.

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Para explicar mais sobre esse tipo de método contraceptivo, o Canaltech falou com a médica ginecologista da clínica Ginelife Ana Carolina Romanini. A seguir, você verá respostas para as seguintes perguntas:

Todos os anticoncepcionais hormonais têm efeitos colaterais?  Tem efeito cumulativo no organismo? Como prevenir possíveis danos à saúde? É possível levar uma vida 100% saudável tendo esses hormônios como parte da rotina? Há algum risco associado ao uso a longo prazo? Quais os grupos de risco que não podem usar esse tipo de método? O anel vaginal também libera hormônios na corrente sanguínea ou tem ação somente local? Quais são todos os métodos hormonais e os não hormonais? E o DIU – Dispositivo Intra Uterino?

1- Todos os anticoncepcionais hormonais tem efeitos colaterais? 

A médica explica que a maioria dos anticoncepcionais hormonais pode causar efeitos colaterais, mas a intensidade e o tipo variam.  Alguns dos efeitos colaterais mais comuns são: náuseas, alterações de humor, inchaço, sensibilidade mamária e irregularidades menstruais.


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“Nem todas as mulheres vão apresentar esses efeitos e a maioria pode usar sem problemas significativos”, destaca Ana Carolina.

2- Tem efeito cumulativo no organismo?

Não. Quando uma mulher utiliza anticoncepcionais hormonais, os hormônios presentes nesses métodos atuam de maneira a prevenir a ovulação e regular o ciclo menstrual enquanto estão sendo utilizados.

“Assim que o uso é interrompido, os hormônios são eliminados do corpo e a fertilidade geralmente retorna rapidamente, muitas vezes no ciclo seguinte”, diz a ginecologista.

3- Como prevenir possíveis danos à saúde?

Antes de iniciar qualquer método anticoncepcional, é muito importante consultar um ginecologista. O profissional vai avaliar o histórico de saúde da paciente, considerar fatores de risco e recomendar a opção mais adequada.

“Além disso, é preciso realizar acompanhamento regular, as consultas de rotina servem também para monitorar a saúde e discutir qualquer efeito colateral que possa surgir. Isso permite ajustes no método, se necessário”, afirma Ana Carolina.

Segundo a médica, é importante também ler a bula e conhecer os possíveis efeitos colaterais, para ajudar a identificar rapidamente qualquer reação adversa e buscar orientação médica.

Outros hábitos que minimizam os riscos é ter alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o tabagismo. “Por último, deve-se seguir as orientações de uso do anticoncepcional de forma rigorosa, como tomar a pílula no mesmo horário todos os dias”, completa. 

4- É possível levar uma vida 100% saudável tendo esses hormônios como parte da rotina?

Muitos se referem aos anticoncepcionais hormonais como uma “bomba relógio”, mas, conforme a médica, é possível, sim, levar uma vida saudável enquanto se utiliza esse método. 

“Temos que entender que cada mulher reage de maneira diferente a eles. Para muitas, os anticoncepcionais são importantes para se evitar uma gravidez e para outras ajudam na regularização do ciclo e até no controle de cólicas e TPM”, afirma. 

Segundo Ana Carolina, essa ideia se refere ao fato de que os que contém estrogênio aumentam o risco de trombose. “O tabagismo e a própria gravidez aumentam muito mais esse risco de trombose que o anticoncepcional. Existem ainda, os anticoncepcionais que não contém estrogênio, tem só progesterona e, portanto, não aumentam o risco desse problema”, compara.

5- Há algum risco associado ao uso a longo prazo? 

O uso a longo prazo pode estar associado a alguns riscos, mas eles, por sua vez, estão mais relacionados ao tipo de hormônio e fatores como idade da paciente, se é tabagista e se tem outras comorbidades. 

6- Quais os grupos de risco que não podem usar esse tipo de método?

O grupo de mulheres que não devem utilizar hormônios contraceptivos é composto por: grávidas, lactantes, mulheres com doenças cardiovasculares ou que tem histórico de trombose, diagnosticadas com câncer hormônio-dependente (como câncer de mama ou endométrio) e as que são acometidas por doenças hepáticas ou renais graves, já que a metabolização do medicamento pode ser comprometida.

7- O anel vaginal também libera hormônios na corrente sanguínea ou tem ação somente local?

A médica afirma que apesar desse método ter uma ação mais local, libera também estrogênio e progesterona na corrente sanguínea.

8- Quais são todos os métodos hormonais e os não hormonais?

Entre os métodos hormonais estão: 

Pílula anticoncepcional: comprimidos diários que contêm hormônios, com estrogênio + progesterona ou só com progesterona.
Adesivo contraceptivo: adesivo que libera hormônios pela pele.
Anel vaginal: anel flexível colocado na vagina que libera hormônios.
Injeção contraceptiva: injeção que fornece hormônios por um 1 mês ou 3 meses.
Implante subcutâneo: pequeno bastão colocado sob a pele que libera hormônios.
Dispositivo intrauterino (DIU) hormonal: dispositivo colocado no útero que libera hormônios.

Já os métodos não hormonais incluem:

Preservativos: usados durante a relação sexual para evitar a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Diafragma: um dispositivo que cobre o colo do útero para bloquear o esperma.
Capuz cervical: semelhante ao diafragma, mas menor e mais profundo na vagina.
Espermicidas: produtos químicos que matam espermatozoides, usados com ou sem barreiras.
Tabelinha: baseado no monitoramento do ciclo menstrual.
Coito interrompido: retirada do pênis antes da ejaculação.
Dispositivo intrauterino (DIU) não hormonal: dispositivo que não libera hormônios, mas impede a fertilização.
Métodos comportamentais: em geral, baseado na temperatura corporal ou muco cervical para detectar o período fértil.

Vale destacar que, entre os não hormonais, preservativos e o DIU possuem a maior eficácia na contracepção. Todos os outros possuem chances maiores de falha. Somente o preservativo protege contra as IST’s (infecções sexualmente transmissíveis).

9- E o Dispositivo Intra Uterino?

Há o DIU hormonal e o não hormonal. O segundo não libera nenhum hormônio e sua ação envolve alterações na entrada do útero que impedem a sobrevivência do espermatozoide. 

“Já os DIUs hormonais contém progesterona e essa progesterona tem uma ação mais local, com, pouca absorção sanguínea. E a progesterona não aumenta o risco de trombose”, finaliza a médica.

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