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Análise | SlavicPunk: Oldtimer – Quando Cyberpunk Encontra a Rússia e a Coisa Desanda

Imagine um futuro distópico, onde o neon ilumina as ruas de uma cidade eslava decadente, e onde você, um detetive veterano com mais demônios do que habilidades sociais, tenta desvendar um crime que envolve… um dispositivo de dados roubado.

Parece até um enredo do próximo grande sucesso, mas calma. SlavicPunk: Oldtimer faz questão de lembrar que, sim, estamos num futuro tecnológico, mas com aquela pitada de humor e caos eslavo. Esqueça tudo que você sabe sobre ordens e regras; aqui, quem manda é o sarcasmo e a pura falta de noção.

História: O Drama Russo Distópico Que Ninguém Pediu

Você joga como Yanus, um detetive tão carismático quanto um taxista mal-humorado na madrugada. E sua missão? Resolver o caso de um dispositivo roubado. Parece banal? Pois é, mas não subestime. A trama é como um drama russo de domingo à noite misturado com um episódio de Black Mirror. Basicamente, você passa o jogo entre diálogos melodramáticos, temas de perda e, claro, aquele toque de humor depressivo que só a cultura eslava oferece. Se a série Blade Runner tivesse um irmão menos bem-sucedido e mais sarcástico, seria SlavicPunk: Oldtimer.

Ah, e só para deixar claro: toda a história se passa em um mundo onde nada é claro. Distopia e tecnologia de ponta se encontram com gangues de rua e corporações tão corrompidas quanto as almas dos personagens. A complexidade da trama é quase uma provocação, como se dissesse: “Você é esperto o bastante para entender? Pois é, duvido.”

Jogabilidade: Tiros, Explosões e Furtividade (Ou Assim Eles Dizem)

Aqui, a proposta é a seguinte: andar, mirar e atirar, com uma pitada de furtividade. Claro, porque afinal, nada como ser um detetive mal-humorado que decide resolver as coisas “silenciosamente”… com uma arma em punho. A jogabilidade alterna entre combate e puzzles de “hacking”, mas, no final, a verdadeira habilidade testada aqui é a sua paciência. Entre tiroteios em câmera isométrica e a promessa de um combate “dinâmico”, você rapidamente percebe que, no fim das contas, o único desafio é resistir à tentação de dar um alt+f4 e procurar algo com mais sentido.

O combate é “fluido”, dizem eles. O que isso significa na prática? Que você vai alternar entre tiros em câmera lenta e correr para se esconder porque acabou de ser surpreendido por mais um inimigo aleatório. E a furtividade? Ah, a furtividade… você entra no modo stealth como quem pede silêncio numa festa universitária: ninguém respeita, e logo você está no meio do caos, correndo por sua vida.

Gráficos e Estética: Quando o Neon Encontra a Vodka

Os gráficos são um espetáculo à parte. Pense numa estética cyberpunk, mas filtrada pela lente de um artista russo que decidiu usar todos os neons disponíveis no inventário do Maya (esse software ainda existe?). É o tipo de visual que te faz questionar: “Será que alguém aqui sabia o que estava fazendo?” A paleta de cores parece ter sido escolhida por um fã de filme noir que adora uma rinha de contrastes entre neon e sombras.

E vamos falar do design de som também. A trilha sonora é aquele tipo de música que combina perfeitamente com uma noite chuvosa, se você for do tipo que aprecia uma vibe depressiva com estilo. Cada ruído é meticulosamente pensado para lembrar você de que o futuro, na visão de SlavicPunk, é um lugar onde a esperança foi substituída por uma boa dose de sarcasmo e vodka. Jogar com fones de ouvido só amplifica essa experiência melancólica, como se o próprio jogo estivesse te dizendo: “Desista, beba seu litro de vodka, é melhor assim.”

Só Para os Fortes

Óbvio que pra fazer a análise, ao contrário do que muita gente não admite, eu fui dar aquela olhada no que a galera no Steam está comentando, é claro, e eles não deixam passar nada. Elogiam a narrativa “profunda” e a estética “única” (só que não). Muitos usuários amam a vibe eslava, mas também têm queixas: dos bugs, que transformam uma simples caminhada em uma missão de sobrevivência, até a curva de aprendizado que faz até o melhor jogador repensar sua vida. E claro, sempre há a questão de que o jogo tenta ser tão introspectivo que você se sente em uma aula de filosofia russa. Eu pelo menos tive uns pequenos problemas com bugs, um probleminha aqui e ali e só, são as coisas da vida.

A comparação com outros títulos, como The Ascent e Ruiner, é inevitável, mas vale lembrar que SlavicPunk é um daqueles que só faz sentido para os verdadeiros entusiastas da Master Race. Jogue isso em um console e você vai sentir como se tivesse tentando rodar um filme noir no brilho máximo. É um jogo que exige um PC robusto para rodar bem e fazer jus ao trabalho gráfico – porque, convenhamos, qualquer tentativa de emular a experiência em um console vai parecer uma versão para colorir da obra original. Na real tem as versões pra console sim, mas vá por sua conta e risco.

Se você gosta de uma boa dose de autossabotagem e aprecia a arte de jogar algo que vai contra qualquer noção de “jogabilidade tranquila”, SlavicPunk: Oldtimer é o seu jogo. Ele mistura combates caóticos, gráficos sombrios e uma trama que parece tirada de um livro de filosofia existencialista.

Prós:

Narrativa “profunda” e “filosófica” para quem acha que o sofrimento é intelectual.
Visual sombrio com neons – perfeito para noites chuvosas e deprimentes.
Jogabilidade que te lembra constantemente de que o caos é a única constante.

Contras:

Curva de aprendizado que mais parece uma montanha-russa eslava.
Bugs ocasionais, mas que acabam dando “caráter” ao jogo (ou irritando profundamente).
Modo furtivo? Sim, mas apenas até alguém decidir que é hora de correr feito louco.

Nota Final: 7/10

Só os fortes sobrevivem, e só os mais pacientes conseguirão chegar ao final sem um leve toque de frustração. Mas, ei, ninguém disse que o cyberpunk era pra ser fácil, certo? No final das contas, SlavicPunk: Oldtimer é aquele tipo de jogo que te desafia a ir além do entretenimento e a entrar numa espécie de duelo emocional. Não é para qualquer um – e, sinceramente, só quem leva o PC Master Race a sério vai entender a ironia e o sarcasmo que esse título traz.

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