Análise | Eternal Strands: O Jogo Que Te Deixa Poderoso, Mas Te Faz Sentir Burro
Se você acha que já jogou tudo, segura essa: “Eternal Strands” quer te convencer de que escalar monstros gigantes e manipular elementos não só é a melhor coisa do mundo, como também uma obrigação moral. Desenvolvido pela Yellow Brick Games, o jogo vem com a promessa de oferecer exploração livre, combate dinâmico e um mundo interativo onde tudo pode ser destruído. Isso mesmo: absolutamente tudo.
Agora, será que o jogo entrega uma experiência digna desse hype ou será só mais um caso clássico de “grande conceito, execução duvidosa”? Vamos lá descobrir enquanto eu tento decidir se sou um mago elemental ou um vândalo medieval.
História: A Boemia de Sempre, Mas Com Superpoderes
Você joga como Brynn, uma Tecelã (Weaver, para os gringos) que faz parte de um grupo de exploradores que tenta desvendar os segredos do Enclave, uma civilização perdida. Como em 99% dos RPGs de ação, o mundo já está na beira da ruína, a magia é proibida, e só você pode resolver essa bagunça.
A trama tenta se levar a sério, com conspirações, reinos em guerra e revelações impactantes, mas não se engane: no fundo, tudo se resume a “vá até esse local distante, exploda uns monstros, colete tralha e repita”. Se você jogou qualquer RPG nos últimos 10 anos, vai se sentir em casa.
E é claro que temos a clássica tripulação de NPCs com personalidades pré-definidas: o cara sisudo que “já viu coisas demais”, a arqueira rebelde que não respeita ordens, o mago com moral questionável e, claro, o personagem cômico que serve de alívio para as horas de diálogo expositivo.
Nota pessoal: Eu juro que um dia vou encontrar um jogo desse estilo onde minha party não pareça um elenco de reality show tentando sobreviver a um apocalipse mágico.
Jogabilidade: O Que é Melhor que um Dragão? Um Dragão Pegando Fogo
Se há algo que “Eternal Strands” acerta, é na diversão caótica. O jogo te dá um arsenal de poderes mágicos que transformam qualquer cenário em um parque de diversões destrutivo. Você pode incendiar florestas, congelar rios para criar pontes improvisadas e jogar árvores na cara de inimigos.
O sistema de combate é uma mistura entre “The Legend of Zelda: Breath of the Wild” e “Control”. Você pode teletransportar coisas, arremessar inimigos para longe e até transformar o ambiente ao seu redor em arma. Quer derrubar uma torre inteira em cima de um bando de goblins? Vai fundo. Quer ver um monstro tropeçar porque o chão virou um tobogã de gelo? Seu sonho se tornou realidade.
E não podemos esquecer da escalada, porque em 2024 todo jogo tem que ter escalada. Sim, você pode escalar qualquer superfície e se sentir um autêntico Nathan Drake medieval. A única limitação? A barra de estamina. Sim, aquele clássico dos jogos que insiste em te lembrar que seu personagem pode invocar tempestades de fogo, mas não consegue se segurar em uma parede por mais de 10 segundos.
A movimentação é fluida e dá gosto de sair por aí testando os poderes, mas o combate corpo a corpo é meio inconsistente. Alguns golpes têm impacto satisfatório, outros parecem que você está batendo com um tubo de papelão. Nada que uma boa atualização não possa consertar, mas a sensação de que o combate poderia ser mais polido é inegável.
Progressão: O Ciclo Infinito da Lixeira Mágica
Aqui não tem XP, nem árvore de talentos. Para ficar mais forte, você precisa coletar recursos e melhorar seu equipamento no acampamento. Basicamente, o jogo te transforma num catador de entulho de luxo: quanto mais itens você coleta, melhor você fica.
A progressão é boa, mas pode ser meio repetitiva. Você sai para explorar, destrói tudo no caminho, volta para a base, crafta um novo item e repete. Se isso te parece familiar, parabéns, você já jogou qualquer RPG de sobrevivência dos últimos cinco anos.
O que diferencia “Eternal Strands” é o fato de que você pode interagir com o mundo de uma forma mais livre. Diferente de certos jogos AAA (cof cof, Ubisoft, cof cof), aqui você realmente sente que pode moldar o cenário ao seu favor, e isso torna a repetição um pouco mais suportável.
Comparações com Outros Jogos: A Legião de Inspirações
Se “Eternal Strands” fosse um prato, ele seria um daqueles que mistura três tipos de comida sem critério, mas que no final dá certo. O jogo bebe diretamente de clássicos como “Shadow of the Colossus” (na escala dos inimigos e na escalada), “Breath of the Wild” (na exploração e nos poderes elementais) e “Dragon Age” (nos diálogos e na tentativa de profundidade narrativa).
No entanto, a sensação que fica é que ele ainda está tentando encontrar sua identidade. Tudo funciona bem, mas às vezes parece que ele está tentando demais ser “o jogo mais inovador de todos os tempos” ao invés de apenas aceitar que, sim, é um grande Frankenstein de ideias que já vimos antes.
Prós e Contras
Prós:
Liberdade de exploração – O jogo realmente te dá liberdade para brincar com o ambiente. Se você quiser criar o caos, ele não vai te impedir.
Poderes mágicos divertidos – Manipular os elementos é sempre divertido, e a variedade de poderes adiciona bastante estratégia ao jogo.
Mundo interativo – Diferente de alguns jogos onde o cenário é só um pano de fundo, aqui ele faz parte da jogabilidade.
Visual impressionante – Os gráficos são bonitos, com cenários variados e monstros gigantes bem detalhados.
Contras:
Combate inconsistente – Alguns golpes têm impacto, outros parecem socos no vento.
Sistema de progressão repetitivo – Coletar itens e melhorar equipamentos é legal, mas depois de um tempo vira um loop cansativo.
História genérica – Já vimos essa narrativa de “escolhido da profecia” um milhão de vezes.
Nota Final: 7/10
“Eternal Strands” tem um conceito excelente e um gameplay que proporciona momentos genuinamente divertidos. Escalar criaturas colossais enquanto joga bolas de fogo na cara delas é sempre um bom passatempo. Mas o jogo ainda tem arestas para aparar. Se você gosta de RPGs de ação e quer algo diferente do típico “espada e escudo”, pode valer a pena dar uma chance. Mas se você não tem paciência para loops repetitivos e mecânicas que ainda não foram totalmente refinadas, talvez seja melhor esperar por algumas atualizações. Bom, mas com espaço para melhorias. Se sair no Game Pass, então vale muito a pena.
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