DestaqueEconomiaNewsPrincipais notícias

Análise | DeathOmen – Terror psicológico ou só mais um sustinho barato?

Se tem uma coisa que me irrita no gênero de terror psicológico, é quando um jogo promete mexer com a minha cabeça, mas só entrega um festival de jumpscares baratos e um gameplay repetitivo.

DeathOmen, do desenvolvedor Jeff Winner e publicado pela CreativeForge Games, se propõe a ser um daqueles games que te fazem dormir de luz acesa, com uma atmosfera pesada e um clima de paranoia constante.

A grande questão é: ele entrega um terror de respeito, ou é só mais um walking simulator com barulhos altos e fantasma PNG te pegando de surpresa? Fui fundo pra separar o hype da realidade.

Primeiras Impressões – A tensão vem de graça

O jogo já começa te jogando direto no desconforto. Você acorda numa casa escura e desconhecida, sem nenhuma pista sobre como foi parar ali. Não tem HUD bonitinha, não tem tutorial segurando sua mão. É você, um computador velho, um sistema de câmeras e uma crescente sensação de que tem algo observando você.

A ambientação é bem construída. A casa tem aquele ar decrepito e decadente, como se tivesse sido habitada por algo que não é humano há muito tempo. O jogo não precisa de um bicho pulando na tela pra te fazer suar – só o silêncio quebrado por rangidos aleatórios e sussurros sinistros que você não sabe se ouviu de verdade ou se foi sua mente pregando peças já bastam pra te deixar desconfiado o tempo inteiro.

Jogabilidade – Uma rotina infernal

Aqui o esquema é mais simulação de paranoia do que “corre e atira”. Você trabalha remotamente, monitorando câmeras de segurança num PC velho que parece rodar Windows 95 (e ganha uns trocados por clique, porque aparentemente o capitalismo infernal não perdoa nem no mundo dos jogos).

Com o dinheiro, você compra comida, remédios e lanternas, tentando manter sua sanidade no limite enquanto eventos estranhos começam a acontecer ao seu redor.

O loop de jogabilidade é uma mistura de Five Nights at Freddy’s, The Mortuary Assistant e um pouco de P.T., com aquele estilo “espera o problema acontecer e reza pra conseguir reagir a tempo”. O problema? O sistema de cliques pra ganhar dinheiro é meio tosco, e algumas interações parecem um pouco superficiais – parece que dá pra explorar bem mais do que o jogo realmente permite.

Sustos? Sim. Mas nada gratuito.

Se você odeia terror que só grita na sua cara o tempo todo, pode respirar aliviado: DeathOmen não é um festival de jumpscares aleatórios. Aqui, o medo vem do silêncio, dos pequenos detalhes que mudam na casa sem aviso.

Um objeto que estava num lugar e agora não está mais. Uma sombra que parecia um móvel, mas que se moveu quando você piscou. Um sussurro que pode ter sido só sua imaginação – ou não.

Mas calma lá, o jogo tem sim jumpscares, e quando eles acontecem, é pra te pegar desprevenido. O jogo não exagera, mas quando decide te assustar, ele faz direito.

Dificuldade – É pra quem tem paciência

A movimentação é deliberadamente lenta. Você não vai sair correndo pela casa feito maluco – cada passo tem peso, cada escolha pode ser um erro fatal. Isso cria tensão, mas também pode ser frustrante quando você precisa resolver algo rápido.

Outro ponto que pode dividir opiniões é a ausência de um mapa ou direções claras. O jogo te solta na casa e espera que você descubra tudo sozinho, o que é imersivo, mas também pode deixar muita gente perdida e sem saber o que fazer. Se você não curte jogos que te fazem explorar sem muitas pistas, se prepara pra ficar batendo cabeça.

Comparação com outros jogos – Quem deve jogar isso?

Se você curtiu Five Nights at Freddy’s, mas queria algo menos “arcade” e mais imersivo, esse jogo é pra você.
Se você gosta da vibe tensa e investigativa de The Mortuary Assistant, pode gostar da abordagem de DeathOmen.

Se você quer um terror cheio de ação e perseguições frenéticas, esse jogo pode não ser o ideal – aqui, a tensão vem da espera, não da correria.

Aspectos Técnicos – Som é tudo nesse jogo

Se DeathOmen acerta em algo, é no trabalho de som. O jogo não tem trilha sonora constante, então cada estalo no assoalho, cada sussurro, cada batida na parede te pega de surpresa. Se você jogar de fone no escuro, vai sentir a tensão subindo a cada minuto.

Os gráficos são competentes – a casa é detalhada e cheia de cantos que te fazem pensar duas vezes antes de olhar. Mas a iluminação é onde o jogo brilha, criando sombras que parecem ganhar vida própria.

Tem um problema? Sensibilidade da câmera meio inconsistente. Em alguns momentos, o movimento parece lento demais ou rápido demais, o que pode atrapalhar na imersão.

Resumindo?

Se você é fã de terror psicológico, gosta de jogos que trabalham com medo atmosférico ao invés de sustos óbvios, DeathOmen entrega uma experiência imersiva e tensa. Não é um jogo pra todo mundo – se você precisa de um ritmo mais acelerado ou um jogo com objetivos claros, talvez ele não seja pra você.

Prós e Contras

Prós:

  • Atmosfera absurdamente imersiva – Sons, iluminação e ambientação trabalham juntos pra criar um terror genuíno.
  • Sustos bem posicionados – Sem exageros, mas quando acontecem, pegam pesado.
  • Trabalho de som de altíssimo nível – Jogar de fone é praticamente obrigatório.
  • Não pega na sua mão – O jogo confia na sua capacidade de explorar e entender o que fazer.

Contras:

  • Duração curta – Termina antes de alcançar seu potencial total.
  • Câmera inconsistente – Pode ser frustrante ajustar a sensibilidade.
  • Movimentação lenta e sem mapa – Pode ser um problema pra quem não gosta de explorar no escuro.

Nota Final: 8/10

Se DeathOmen fosse um filme, seria aquele terror indie cult que faz você se sentir desconfortável o tempo todo. Não é um jogo de “dar sustinho”, é um jogo de te deixar desconfiado até do próprio reflexo na tela. Se é isso que você procura, se prepara pra perder umas noites de sono. Agora, se você gosta de sentir a tensão crescendo, de um terror que te faz pensar duas vezes antes de virar um corredor escuro, esse jogo é uma baita pedida.

The post Análise | DeathOmen – Terror psicológico ou só mais um sustinho barato? first appeared on GameHall.

Facebook Comments Box