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Análise | Civilization VII: A Firaxis Me Querendo Mais do Que Meu Chefe no Final do Expediente

Senhoras e senhores, a Firaxis fez de novo! Eles pegaram o meu precioso Civilization, aquele simulador de “como transformar um assentamento de meia dúzia de maltrapilhos em uma superpotência mundial” e disseram: “Sabe o que seria legal? Mexer onde ninguém pediu e ver no que dá!” E foi exatamente isso que aconteceu com Civilization VII.

E adivinhem só? Funcionou… mais ou menos.

Se você já perdeu um final de semana inteiro em Civ V ou VI, sabe que a sensação de “só mais um turno” é mais forte que a promessa de “só mais um episódio” da Netflix. Civilization VII chega com a promessa de repaginar a fórmula, trazendo um novo sistema de eras e um estilo de jogo mais dinâmico. Mas será que reinventar a roda quando ela já rodava perfeitamente era mesmo necessário? Vamos descobrir.

Gráficos e Apresentação: Olha Que Bonito… Mas Cadê Minhas Unidades?!

Vamos tirar isso da frente logo: o jogo é lindo. Firaxis decidiu que era hora de botar um artista gráfico na folha de pagamento e, olha, funcionou. As texturas estão mais refinadas, os mapas são mais vivos, e o design das civilizações está impecável. O problema? Tudo ficou tão bonitinho que ficou difícil enxergar o que interessa.

A quantidade de detalhes visuais deixou o mapa poluído, e agora eu preciso de uma lupa para encontrar minhas tropas. Quem diria que meu maior inimigo em um jogo de estratégia não seria uma civilização rival, mas sim o próprio design do jogo?

No lado positivo, a trilha sonora continua no padrão Firaxis: épica, envolvente e me fazendo sentir um verdadeiro imperador da humanidade. O que é ótimo, porque com a interface horrível que eles criaram, pelo menos eu tenho música boa para me distrair enquanto tento lembrar onde coloquei meu exército.

Jogabilidade: Entre Gênios e Loucos, a Linha é Muito Tênue

A Firaxis decidiu que era hora de inovar. “Vamos pegar tudo que funcionava e mudar completamente porque sim!” O resultado? Um jogo que tenta ser revolucionário, mas em muitos momentos parece estar fazendo questão de ser mais difícil do que deveria.

Sistema de Eras: Um Novo Começo ou Apenas Resetando Minha Vida?

Uma das grandes mudanças é a introdução das eras dinâmicas, onde o jogo se divide em três períodos principais, e você precisa adaptar sua estratégia para cada um. A ideia é interessante: a cada nova era, novos desafios aparecem, obrigando você a mudar seu foco.

O problema? A transição entre eras é tão abrupta quanto acordar de ressaca sem saber que dia é hoje. Você pode estar dominando o mapa e, de repente, metade do seu progresso vira poeira. “Parabéns, você construiu um império gigantesco! Agora joga tudo no lixo e começa de novo.”

A Morte dos Trabalhadores: Revolução ou Preguiça de Programação?

Outra mudança polêmica: adeus, trabalhadores! Agora temos “comandantes”, que gerenciam melhorias de forma automática. A ideia era reduzir a micromanagement… mas na prática, tiraram uma das partes mais satisfatórias do jogo.

Eu gostava de mandar meus humildes peões construírem estradas e fazendas com a paciência de um faraó ditando ordens para seus escravos. Agora, tudo acontece sem minha supervisão. E quer saber? Parece que estou jogando um Civilization com piloto automático.

Interface do Usuário: Um Exercício de Paciência

E por falar em burradas, vamos à interface do usuário. Alguém na Firaxis claramente olhou para a UI de Civ VI e pensou: “Que tal tornar isso ainda mais complicado?”

A nova interface tem um design bonito, mas peca em ser excessivamente confusa. Encontrar informações importantes requer tantos cliques que eu sinto que estou navegando num site de compras feito nos anos 2000. Se eu quiser ver o que minha cidade está produzindo, preciso abrir um menu, clicar em três abas diferentes e, se eu tiver sorte, não me perder no processo.

Civilization VII tenta inovar, mas às vezes parece que só está complicando sem necessidade. Ainda assim, tem potencial para brilhar… se a Firaxis arrumar a bagunça.

Se intuitividade fosse um critério de design, esse jogo ia tirar nota zero.

Desempenho: Teste de Paciência com um Toque de Bug

Civilization VII não só trouxe novidades duvidosas, como trouxe também uma performance questionável. Durante meus testes, enfrentei travamentos aleatórios, tempos de carregamento absurdos e animações que pareciam rodar a 15 FPS.

E nem adianta colocar tudo no ultra porque o jogo parece rodar pior do que um port de console feito nas coxas. (Sim, estou olhando para você, Cyberpunk 2077 no lançamento).

BRASIL-SIL-SIL!

Então é isso, Firaxis? Brasil OUT do Civilization VII? Dom Pedro II deve estar se revirando no túmulo de indignação! Como é que um jogo que me deixa liderar civilizações que nem existem mais consegue esquecer um dos impérios mais influentes da América do Sul? Olha, se eu posso jogar com Confúcio e Ashoka, que viveram há milhares de anos, mas não com o cara que literalmente modernizou um país inteiro há pouco mais de um século, tem algo muito errado. Firaxis, meu chapa, bora corrigir isso num DLC? Sei que vocês amam uma expansão paga, então faz um favor pra gente e bota Dom Pedro II de volta no game, de preferência com um bônus especial pra quem quiser expandir território com jeitinho brasileiro.

Prós e Contras

Prós:

Visuais lindíssimos que fazem você esquecer que está jogando um jogo de estratégia
Trilha sonora épica que te faz sentir um verdadeiro líder mundial
Sistema de eras traz um dinamismo interessante à jogabilidade

Contras:

Interface confusa e cheia de cliques desnecessários
Mudanças radicais podem afastar os fãs veteranos da franquia
Removeram os trabalhadores e com isso metade da diversão do jogo

Nota Final: 7/10

Olha, Civilization VII tem potencial, mas não posso recomendar com os olhos fechados. É um jogo com ideias interessantes, mas a Firaxis fez mudanças tão radicais que os fãs antigos podem se sentir um pouco traídos. Se você adorava o micromanagement, vai se frustrar. Se você é novato na série, pode até gostar mais desse sistema simplificado… mas, convenhamos, será que esse público casual existe? Dito isso, se você tem paciência e gosta de sofrer (e, sejamos sinceros, se você joga Civ já está acostumado a perder madrugadas e sanidade), Civilization VII pode valer a pena. Mas eu esperaria um ou dois patches antes de mergulhar de cabeça. 

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