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Amizades na adolescência fazem diferença no bem-estar da vida adulta

A adolescência é uma das fases mais complicadas e importantes para o desenvolvimento humano. Um novo estudo revela que as amizades formadas nesse período podem ter impacto direto no bem-estar da vida adulta, influenciando a saúde mental, os relacionamentos e a satisfação pessoal dos indivíduos. A aceitação pelos pares parece ser um fator determinante nessa equação.

A pesquisa analisou as amizades próximas, a aceitação social e a simpatia de 184 participantes em dois estágios da vida: entre os 13 e 14 anos, quando frequentavam o ensino médio, e depois aos 17 e 18 anos. Já na fase adulta, entre 28 e 30 anos, os cientistas avaliaram a saúde física e mental, a satisfação no trabalho, a insegurança romântica e a experiência de agressão.

Os resultados foram publicados no Frontiers in Developmental Psychology.

A autopercepção da aceitação social na adolescência ajuda a prever o bem-estar na vida adulta, diz estudo – Imagem: Rawpixel.com/Shutterstock

Os amigos que você faz no caminho são importantes

Após as avaliações, os pesquisadores concluíram que as amizades feitas na adolescência realmente impactam o bem-estar na vida adulta.

No geral, a aceitação social foi um dos principais fatores que levaram a um maior nível de bem-estar no futuro.

Os adolescentes que acreditavam que seus colegas gostavam deles demonstraram ter níveis mais baixos de ansiedade social e agressão na fase adulta, além de melhor saúde física, satisfação profissional e romântica.

No entanto, ao separar as duas fases da adolescência entre os mais jovens e os mais velhos, percebeu-se algo diferente.

A aceitação social na adolescência inicial teve maior influência no bem-estar, enquanto amizades mais próximas no final da adolescência previram melhor satisfação no trabalho e menor insegurança romântica.

Enquanto a aceitação social parece ser fundamental no início da adolescência, reduzindo o risco de ansiedade social e problemas de estresse, uma queda nesses fatores nos anos seguintes revelou impactos significativos.

Os adolescentes que acreditavam que seus colegas gostavam deles demonstraram ter níveis mais baixos de ansiedade social – Imagem: Shutterstock/Ground Picture

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Atenção à fase da adolescência

Vale lembrar que, embora o estudo tenha acompanhado os participantes por muitos anos, os adolescentes não estavam na escola durante a pandemia da COVID-19. As restrições sociais impostas pelo período podem ter afetado suas experiências sociais e bem-estar. Além disso, o estudo se baseou principalmente nas respostas dos próprios participantes, então pesquisas futuras podem usar outras formas de medir esses dados.

Independentemente disso, os autores da pesquisa reforçam como a adolescência é uma fase crucial do desenvolvimento humano em qualquer contexto e que é preciso estar atento a ela, buscando auxiliar os adolescentes nesse processo.

Este estudo reforça a importância de os cuidadores estarem cientes da vida social de seus filhos, conversando com eles, conversando com seus professores e sabendo com quem eles estão falando online. É útil para os pais não apenas perguntarem quem são os amigos de seus filhos adolescentes, mas também o quão socialmente aceitos eles se sentem

David Szwedo, autor correspondente ao Medical Xpress.

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