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Amazônia: quanto mais degradada, menos condições de reduzir aquecimento global

O relatório anual “Dez Novas Percepções sobre o Clima” foi divulgado e traz que a Amazônia vem perdendo sua capacidade de regulação do ciclo d’água e de remoção de carbono da atmosfera. Isso, claro, pode impactar o planeta inteiro.

O documento trata das principais descobertas de pesquisas relacionadas a questões ambientais e climáticas em todo o mundo. O estudo que trata especificamente sobre a Amazônia contou com participação do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).

Índice de degradação é o maior em 15 anos (Imagem: Parsha/Shutterstock)

Dados do estudo sobre a Amazônia e capacidade de combater o aquecimento global

Segundo o relatório, ameaças ambientais, como fogo, extração de madeira, expansão da agricultura e grandes construções, como barragens e estradas, assim como o aumento de fenômenos climáticos extremos, reduzem a resistência da floresta amazônica;

Essa degradação toda da floresta tem apresentado sinais alarmantes, como a redução de sua capacidade de remover carbono da atmosfera;

Dessa forma, os efeitos da emergência climática pela qual passamos podem ser intensificados, alterando fatores determinantes para a saúde da região, como temperatura e umidade. Isso pode gerar colapso irrecuperável em partes do bioma;

A CCAL, calculadora de carbono do IPAM, aponta que, em 2022, a Amazônia detinha 47,2 bilhões de toneladas de carbono em sua composição, e perdeu mais de 10,6 bilhões de toneladas, dada a degradação da floresta;

Atualmente, essa degradação do ecossistema da Amazônia alcança mais de um terço de sua vegetação.

Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM e uma das autoras da publicação, diz que “mais de 16% da água do planeta tem seu ciclo regulado pela Amazônia. A floresta é um dos maiores sumidouros de gases de efeito estufa do mundo. Parar a degradação do bioma é urgente, pois isso está impactando esses dois serviços ecossistêmicos fundamentais”.

Como saída, o documento aponta que recuperar as áreas degradadas e fortalecer as comunidades locais, de modo a aumentar a resistência da floresta aos efeitos das mudanças climáticas e conservando seus benefícios para o planeta.

Outra recomendação tem a ver com políticas necessárias para evitar que a Amazônia chegue a situação irreparável. Algumas das políticas recomendadas, são:

Fortalecer leis ambientais que combatem a degradação em países nos quais a Amazônia se encontra;

Continuação de financiamento para programas de monitoramento e rastreamento de commodities;

Apoio aos povos indígenas e comunidades locais visando o desenvolvimento de economia sustentável.

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Focos de fogo na Amazônia cresceram em 2024 (Imagem: Toa55/Shutterstock)

Outras descobertas do relatório

Outras nove descobertas científicas relacionadas ao clima ocorridas nos dois últimos também apareceram no relatório. Boa parte delas aponta para aumento do aquecimento global e suas consequências, como:

Aumento da emissão de metano;

Mais regiões do planeta estão se tornando inabitáveis por conta de ondas de calor;

Piora dos efeitos do El Niño aquecendo ainda mais os oceanos;

Extremos climáticos vêm aumentando riscos à gravidez e à saúde das crianças.

Mas nem tudo são notícias ruins. Existem alguns pontos positivos apontados pelo documento, como o registro do potencial de sistema que integra tecnologia e ecologia para que as cidades fiquem mais resistentes aos desastres climáticos, como ondas de calor e inundações.

Além disso, sugestões relacionadas à gestão de minerais, visando gerar transição energética mais justa e maneiras de construir políticas energéticas mais justas, amplia a aceitação do público a tais mudanças.

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