Ex-chefe do PlayStation alerta sobre riscos de jogos exclusivos

Muitos jogadores apontam a exclusividade de jogos como um fato decisivo para escolher sua plataforma e até mesmo definir sua qualidade. O Shawn Layden, ex-chefe do PlayStation, por outro lado, aponta como eles podem representar um risco para a indústria.

Ex-chefe do PlayStation vê risco em exclusivos

Em entrevista concedida na Gamescom Asia 2024 para o Gamer Braves, o ex-chefe do PlayStation aponta que os jogos exclusivos para consoles, ao menos os AAA, tem chegado a custar até 200 milhões de dólares.

Já em sua visão, devido a esse aumento no custo, as publishers podem ter receio de inovar e falhar, ou seja, preferem adotar mecânicas similares e lançar sequências para evitar os riscos de um título não vender bem. Não somente isso, um investimento maior em um jogo também representa menos tolerância para erros por parte de quem investiu.

Shawn Lyden compara cenário do passado com o atual

Ainda para exemplificar como os custos aumentaram, Shawn Lyden explicou que na era PlayStation 1 era possível fazer um grande jogo com até 7 milhões de dólares. Já atualmente, 150 milhões de dólares são gastos antes de um jogo atingir a sua fase de marketing.

Mais um agravante para o cenário atual fica no fato das lojas poderem cobrar apenas algo em torno de 60 dólares mais as taxas. Aqui, o ex-funcionário da Sony não explicou sua declaração, mas isso provavelmente estaria relacionado ao preço que é quase “padrão” no mercado.

Shawn Lyden comenta sobre jogos no PC

Enquanto estava no PlayStation, o Shawn Lyden foi um dos responsáveis por iniciar o movimento de jogos da plataforma da Sony sendo lançado no PC. E aqui, curiosamente, ele revela que a principal preocupação não era o retorno financeiro.

Ele explica que muitos jogadores não terão acesso a um console e que eles precisam saber como um jogo do PlayStation é de verdade. Isso, entretanto, abre a porta para que jogadores novos queiram a sua plataforma ao invés das concorrentes.

Jogos menores podem ser a solução

Ao invés de ver jogos cada vez maiores, o ex-chefe do PlayStation prefere ir ao caminho contrário. Ele explica que, quando as pessoas são mais novas, elas possuem muitas horas para poderem jogar.

Entretanto, ele explica que uma pessoa como ele não conseguiria jogar Red Dead Redemption 2, uma vez que o jogo da Rockstar Games pode consumir até 80 horas. Por isso, ele gostaria ver títulos que oferecem um conteúdo com até 20 horas de qualidade.

Via: Eurogamer