O campo magnético da Terra está prestes a ser revertido?
O campo magnético da Terra é um importante aspecto físico do nosso planeta, protegendo-nos da radiação e da atividade geomagnética que pode afetar comunicações via satélite e a rede de energia do planeta. Cientistas têm estudado e monitorado esse campo magnético há séculos, e já sabem de um aspecto importante — ele se move, mudando os polos do planeta de lugar.
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Essa movimentação não costuma causar problemas, que só aconteceriam no caso da reversão dos polos, que afetaria o clima e a tecnologia moderna. Mas isso só acontece ao longo de milhares de anos. Entretanto, como é formado o campo magnético dos planetas?
Como surgem os campos magnéticos
Campos magnéticos, no geral, são formados por cargas elétricas em movimento, e os materiais que permitem o movimento dessas cargas são chamados de condutores. Eles transferem correntes elétricas de um lugar para o outro, sendo essas correntes cargas negativas (elétrons) se movendo ao longo de metais condutores. Essa corrente gera um campo magnético.
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Camadas de material condutor são encontradas no núcleo magmático ferroso da Terra. Veja um exemplo no vídeo abaixo (em inglês):
No centro do planeta, as correntes de carga estão se movendo, assim como o ferro líquido, e esses movimentos circulares geram o campo magnético de toda a Terra. Não é só o nosso geoide natal que possui essa característica — gigantes gasosos, como Júpiter, possuem uma camada de hidrogênio metálico condutor que gera seus próprios campos magnéticos.
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O movimento das camadas condutoras gera dois tipos de campo: os maiores, como as rotações planetárias de larga escala, geram campos simétricos com norte e sul, como os ímãs pequenos, e os menores, que podem surgir quando há anomalias no campo maior por conta de fluxos que não seguem o padrão magnético de larga escala ou turbulências locais. Essas irregularidades também surgem em locais onde o campo magnético desvia do dipolo perfeito.
Ao longo do tempo, essas anomalias podem gerar grandes mudanças no campo magnético principal, até mesmo o revertendo, colocando o norte no sul e vice-versa. Essa determinação, inclusive, é invertida no nosso planeta, sendo que o norte magnético fica no polo sul (Antártida) e o sul magnético no polo norte (Ártico).
O campo magnético vai ser revertido?
O campo magnético da Terra cria uma espécie de bolha acima da ionosfera, a parte mais externa da atmosfera, chamada magnetosfera. Ela protege o planeta ao refletir radiação cósmica de alta energia, criada em explosões de estrelas pelo universo, além de interagir com os ventos solares, gases magnetizados emitidos pelo Sol. No vídeo abaixo, podemos ver, de modo bem ilustrativo, como funciona essa proteção:
Quando grandes nuvens de gás são emitidas pela estrela, sua interação com a magnetosfera pode gerar tempestades geomagnéticas, que podem gerar as auroras boreais. Quando há muita radiação, no entanto, o “clima cósmico” pode afetar negativamente astronautas, satélites e redes condutoras da terra, como as de energia e gás.
Segundo análises de cientistas, o polo norte magnético da Terra se moveu cerca de 965 quilômetros desde a primeira medição, em 1831. A velocidade dessa migração aumentou desde então, de 16 km por ano para 54 km por ano, o que pode indicar uma reversão iminente, mas difícil de ser prevista com menos de 200 anos de dados.
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Com registros de rochas vulcânicas no mar, sabemos que as reversões polares aconteceram em períodos entre 100.000 e 1.000.000 de anos de diferença. Em escala geológica, as inversões são rápidas, mas do ponto de vista humano, são muito lentas, ocorrendo em milhares de anos.
A mudança de posição da magnetosfera durante o evento pode acabar expondo a Terra a mais radiação cósmica, mudando também a concentração de ozônio na atmosfera. Não sabemos quando a próxima reversão vai acontecer, mas, segundo os monitoramentos da ciência, nossa geração ainda pode dormir tranquila em relação a isso.
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