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Sol alcança fase máxima do ciclo atual, que dura 11 anos

A NASA, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos e os especialistas do Painel de Previsão do Ciclo Solar anunciaram na terça (15) que o Sol chegou ao período de atividade máxima em seu ciclo. Nosso astro pode continuar altamente ativo até o próximo ano. 

Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Talvez o Sol já esteja em atividade máxima. O que isso significa? Máximo solar em 2024 pode causar caos na internet?

 

“Atualmente, estamos há cerca de dois anos no período máximo, portanto, prevemos mais um ano ou mais de fase máxima antes de realmente entrarmos na fase de declínio, o que nos levará de volta ao mínimo solar”, disse Lisa Upton, copresidente do Painel e cientista-chefe do Southwest Research Institute em San Antonio.

Já Elsayed Talaat, diretor de operações do ciclo espacial na NOAA, observou que isso não significa que este é o pico de atividade do ciclo solar atual. “Embora o Sol tenha atingido o período do máximo solar, o mês em que a atividade solar atinge seu pico não será identificado por meses ou anos”, ressaltou. 


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Para determinar o pico exato do máximo solar, os cientistas precisam aguardar vários meses, porque o auge na atividade só pode ser identificado após o monitoramento revelar uma queda consistente na atividade do nosso astro. Mas, por enquanto, eles acreditam que o máximo solar deve durar um ano ou mais, para que depois o Sol retorne à fase de menor atividade. 

A atividade solar aumenta e diminui em ciclos de 11 anos; no auge do ciclo solar, os polos magnéticos solares se invertem, marcando um novo período de maior ou menor atividade. Já o ciclo atual é o 25º, que teve início em dezembro de 2019 e ainda está em sua fase máxima. Cada ciclo ocorre acompanhado de aumento e diminuição na atividade magnética do Sol, bem como na quantidade de manchas solares

Diferenças do Sol durante o mínimo solar em dezembro de 2019 (esquerda) e no máximo solar em maio de 2024 (direita) (Imagem: Reprodução/NASA/SDO)

Estas manchas são regiões mais frias formadas por grandes concentrações de linhas do campo magnético. Ao monitorar as manchas solares, os cientistas conseguem determinar o progresso do ciclo e da atividade solar, bem como prever possíveis fenômenos em nosso astro. “Durante o máximo solar, o número de manchas solares e, portanto, a quantidade de atividade solar, crescem”, disse Jamie Favors, diretor do Programa do Clima Espacial na NASA.

Perigos das tempestades solares

Segundo Upton, o Ciclo Solar 25 teve uma fase máxima mais intensa que seu antecessor, mas mesmo assim os especialistas consideram que este foi um ciclo de menor intensidade. “A atividade das manchas solares do Ciclo Solar 25 excedeu um pouco as expectativas; no entanto, apesar de termos visto algumas tempestades grandes, elas não são maiores do que as que poderíamos esperar durante a fase máxima do ciclo”, acrescentou ela.

Se o máximo solar do ciclo atual durar mais um ou dois anos, é possível que a NASA tenha problemas em suas missões do programa Artemis. A agência espacial planeja lançar as missões tripuladas Artemis 2 e 3 neste intervalo de tempo, levando seus astronautas para longe da proteção contra as partículas solares oferecida pela atmosfera e campo magnético.

Manchas solares são áreas escuras e frias na superfície solar (Imagem: Reprodução/NASA/SDO/HMI)

Bill Murtagh, coordenador de programa na NOAA, observou que tempestades solares fortes como a da última semana podem interferir na ionosfera. “Os sinais podem ser rebatidos do solo à ionosfera, e os sinais dos satélites precisam passar pela ionosfera aos receptores em solo. Durante as grandes tempestades, pode ter interferência nisso, e vemos isso o tempo todo”, explicou ele.

De acordo com Murtagh, a comunicação em alta frequência com aeronaves foi bastante afetada na semana passada e em maio, quando aconteceu a maior tempestade solar das últimas décadas. “Se não emitirmos nenhum aviso e ninguém souber, teremos alguns problemas”, alertou ele.

Leia a matéria no Canaltech.

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