Artista britânico diz ter criado tinta da ‘nova cor’ yolo; especialista pondera
Um experimento da Universidade da Califórnia, recentemente, usou lasers para estimular células individuais nas retinas de voluntários e criar uma nova cor, olo, visível apenas dessa maneira. Agora, o artista britânico Stuart Semple afirma ter replicado a nova coloração em sua tinta comercial chamada yolo.
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Semple vende, em seu site, 150 ml da tinta por £10.000 (cerca de R$ 75.600), ou £29,99 (cerca de R$ 226), preço de custo, caso você afirme ser um artista. Anteriormente, o empreendedor já afirmou ter fabricado a tinta mais escura e a mais rosada do mundo, sempre num esforço de disponibilizar o material para todos, segundo suas próprias palavras.
A nova cor e a nova tinta
Para os humanos, a percepção de cor depende das células sensíveis a certos espectros da luz, chamadas cones, que ficam na retina. Os três tipos de cones são definidos pela sua sensibilidade a ondas longas (L), médias (M) e curtas (C). A luz vermelha estimula os cones L, enquanto a azul, os C. Os cones M, no entanto, ficam no meio-termo entre estas cores, e não há luz natural que estimule apenas eles.
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No experimento científico, publicado na revista Science Advances, cientistas usaram lasers para estimular apenas os cones M, gerando a percepção de uma cor nova, descrita como semelhante ao verde. Seu nome, olo, vem do binário 010, indicando que, entre os cones L, M e C, só os médios foram ativados.
Já Semple diz ter se aproximado da cor misturando pigmentos e adicionando realçadores óticos fluorescentes que absorvem luz ultravioleta e a reemitem como luz azul visível. Com um espectrômetro, que separa a luz entre as cores que a constituem, ele buscou uma intensidade que se aproximasse o máximo possível da cor desejada. O nome yolo é um trocadilho com a sigla da frase “you only live once” (só se vive uma vez, em tradução livre).
Comentando o acontecimento ao The Guardian, o cientista da visão Austin Roorda, da equipe científica de Berkeley, disse que é impossível reproduzir uma cor exatamente igual ao olo. Pode ser uma tinta ou até um laser monocromático, que gera as cores mais saturadas possíveis ao olho humano, nunca será possível alcançar o tom.
O pesquisador disse também ter tentado criar a cor ao misturar dois licores — o Midori, de melão doce, e o Curaçao Blue, de casca de laranja ácida. Brincando, ele afirmou que a bebida é turva, longe de ser olo, mas, quanto mais bebe, mais parecida ela fica.
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