DestaqueEconomiaNewsPrincipais notícias

Aos 35 anos | “Hubble está mais produtivo do que nunca”, diz a cientista-chefe

Completando 35 anos no espaço nesta quinta-feira (24), o Telescópio Espacial Hubble está “mais produtivo do que nunca”, segundo contou Jennifer Wiseman, cientista-chefe sênior do projeto no Centro Espacial Goddard, da NASA, ao Space.com. O observatório orbital foi lançado em 1990 e segue firme no trabalho de registrar imagens do espaço.

O Hubble foi responsável por muitas das mais importantes descobertas das últimas quatro décadas, da confirmação da existência de buracos negros supermassivos no centro de toda galáxia à descoberta da expansão do universo pela matéria escura. O telescópio é pioneiro no estudo atmosférico de exoplanetas e ainda é vital no monitoramento de planetas gigantes fora do sistema solar.

Reparos e a longevidade do Hubble

Para seguir com seu trabalho, o telescópio precisou, muitas vezes, de ajuda. Em 1993, ele teve de passar por reparos em um dos espelhos primários, que tinha uma aberração esférica borrando imagens. Entre 1997 e 2002, três outras missões foram à órbita consertá-lo, mas o desastre do ônibus espacial Columbia, em 2003, fez os riscos serem reavaliados e os reparos pararem.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Os astronautas M. Grunsfeld (direita) e Richard M. Linnehan em missão da Columbia, consertando o Telescópio Espacial Hubble (Imagem: NASA)
Os astronautas M. Grunsfeld (direita) e Richard M. Linnehan em missão da Columbia, consertando o Telescópio Espacial Hubble (Imagem: NASA)

Foi só em 2009 que o Hubble recebeu a última visita de astronautas, substituindo instrumentos antigos, instalando novos e fazendo uma manutenção geral. Atualmente, a longevidade do observatório depende dos giroscópios, cruciais para o controle de posição: dos cinco originais, são necessários três para o funcionamento. Uma atualização em 2024 melhorou seu sistema, precisando, agora, de apenas um giroscópio funcional.

Mais de 21.000 artigos científicos foram escritos com base em dados e imagens do Hubble. Ele é o único telescópio com capacidade de estudo generalizado de ondas ultravioleta no mundo, graças ao espectrógrafo instalado em 2009. Seu uso complementa outros observatórios, como o James Webb e Atacama Large Millimeter Array (ALMA).

O Hubble, no entanto, não durará para sempre. O maior risco é o arrasto atmosférico, que puxa o telescópio em direção à Terra lentamente. Espera-se que, nos anos 2030, sua reentrada ocorra, queimando na atmosfera. Um sucessor para ele, com capacidades óticas e ultravioletas equiparáveis, não deve ser lançado antes de 2040.

Há quem proponha uma missão robótica para empurrar o Hubble, com foguetes, para uma órbita mais alta, garantindo mais alguns anos de longevidade, mas tal esforço seria caro e sem precedentes nas missões espaciais. A perda do Hubble será grande para a ciência, mas seus 35 anos de trabalho já garantem uma aposentadoria memorável no estudo do espaço.

Leia também:

VÍDEO: Fotos da Galáxia diretamente do Espaço

 

Leia a matéria no Canaltech.

Facebook Comments Box