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Google paga caro para ter Gemini de fábrica nos celulares da Samsung

Um novo capítulo no cenário da inteligência artificial veio à tona durante o aguardado julgamento antitruste contra o Google. Depoimentos recentes revelaram que a gigante da tecnologia desembolsa mensalmente uma quantia significativa para a Samsung, visando garantir a pré-instalação do seu assistente de IA, o Gemini, nos populares smartphones da linha Galaxy.

A informação, divulgada pela Bloomberg, ecoou no mundo da tecnologia, levantando questionamentos sobre as práticas de mercado e a influência das grandes empresas no ecossistema mobile.

Como o Google remunera a Samsung pelo Gemini

Segundo o depoimento de Peter Fitzgerald, vice-presidente de plataformas e parcerias de dispositivos do Google, a colaboração financeira com a Samsung começou em janeiro, amparada por um contrato de dois anos.

Este acordo estipula pagamentos mensais fixos por cada dispositivo Galaxy que venha de fábrica com o Gemini integrado. Embora o valor exato dessas transações financeiras não tenha sido tornado público, Fitzgerald indicou que uma parcela da receita gerada pelos anúncios veiculados no aplicativo é destinada a remunerar a Samsung por essa estratégica parceria.

Google Gemini em funcionamento em um smartphone
Revelação reacende o debate sobre a legalidade e a ética de tais acordos, especialmente no contexto de alegações de práticas monopolistas que o Google enfrenta nos Estados Unidos. (Imagem: Gguy/Shutterstock)

A justiça americana considera esse tipo de prática potencialmente ilegal, e o acordo com a Samsung para a pré-instalação do Gemini pode se tornar mais um ponto de controvérsia no processo antitruste em andamento.

O que diz o Google

Em resposta às acusações, o Google, por meio de sua vice-presidente de assuntos regulatórios, Lee-Anne Mulholland, divulgou um comunicado defendendo suas práticas.

A empresa argumenta que o processo movido pelo DOJ (Departamento de Justiça dos Estados Unidos) em 2020 se refere a um período de intensa competição e inovação, citando o surgimento de novos serviços de IA, como o ChatGPT, e concorrentes internacionais como o DeepSeek. A nota classifica as propostas de reparação como “desnecessárias e prejudiciais”.

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Apesar da defesa do Google, o caso levanta discussões sobre o impacto dessas parcerias no mercado de tecnologia e na experiência do consumidor. A garantia de ter o Gemini pré-instalado em milhões de dispositivos Galaxy representa uma vantagem significativa para o Google na disseminação da sua inteligência artificial, potencialmente em detrimento de outras soluções concorrentes.

Vale lembrar que a empresa já havia sido acusada de violar leis antitruste por pagamentos a Samsung e Apple relacionados ao seu buscador. As consequências para o Google neste novo processo ainda são incertas e dependem do desenrolar do julgamento.

Uma das possíveis sanções é a exigência de que o Google realize mudanças estruturais, chegando até mesmo à possibilidade de venda do seu popular navegador Chrome. No entanto, o juiz responsável pela decisão ainda ouvirá todos os depoimentos antes de determinar quais medidas a empresa terá que implementar caso seja considerada culpada das condutas apontadas.

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