Inverno cripto à vista? Coinbase alerta para forte correção e sentimento de risco em alta
Um relatório divulgado pela área institucional da Coinbase nesta semana trouxe um alerta para investidores do mercado de criptomoedas: os próximos meses podem ser marcados por um período de forte correção, caracterizado como um verdadeiro “inverno cripto”.
O estudo, liderado por David Duong, Chefe Global de Pesquisa da Coinbase, aponta que o segundo trimestre de 2025 será desafiador. Muito embora exista expectativa de recuperação a partir do terceiro trimestre, a tendência é de preços estáveis até lá. Especialmente do Bitcoin e das 50 maiores criptomoedas.
Menor média móvel desde junho 2024
O principal indicativo apresentado por Dong para este inverno cripto são a média móvel de 200 dias (220DMA) do Bitcoin e o comportamento do índice COIN50 no mesmo período. De acordo com o modelo de 200DMA, o preço do Bitcoin rompeu com o limite a partir do final de março.
O mesmo movimento pode ser observado quando da análise do 200DMA do COIN50, mais um pouco antes. As 50 principais criptomoedas com maior capitalização de mercado romperam o limite de 200 dias desde o final de fevereiro.
Basicamente, isso quer dizer que as criptomoedas estão sendo negociadas abaixo do preço que eram negociadas há mais de 200 dias. Um sinal que liga o alerta entre os investidores, que passam a analisar aportes nesses ativos com maior cautela.
Inverno cripto
Nesse sentido, houve um aumento do sentimento de risco. Conforme destaca o relatório, o índice aumentou muito em 2025 e já é o terceiro maior dos últimos 10 anos. Está muito próximo do mesmo nível do mercado de ações da China, em 2015, e da pandemia, em 2020.

O cenário macroeconômico atual não traz alívio para os investidores. O aumento global nas taxas de juros, combinado com medidas protecionistas como as mudanças constantes na política de tarifas comerciais, tem reduzido a liquidez disponível para ativos considerados de maior risco.
Com isso, o financiamento de capital de risco (realizado por fundos especializados), apesar de ter subido no começo de 2025, ainda está entre 50% a 60% abaixo dos níveis observados no pico do ciclo de alta de 2021 e 2022.
Como consequência, o mercado enfrenta perdas acentuadas no seu valor total desde que em 2025 começou. Excluindo o Bitcoin, o mercado teve uma queda de 41% desde o pico de US$ 1,6 trilhão alcançado em dezembro do ano passado, chegando a US$ 950 bilhões.
Mercado deve se aquecer no terceiro trimestre
Nesse sentido, a volatilidade do Bitcoin, sempre uma marca registrada do ativo, entrou em um período de neutralidade, indicando que variações abruptas de preço das principais criptomoedas serão mais amenas. Algo que já foi adiantado por outros analistas, que têm apostado a curto prazo em altcoins promissoras em detrimento no Bitcoin.
Entretanto, apesar do cenário restritivo no curto prazo, o relatório destaca que o terceiro trimestre de 2025, em particular, surge com potencial para uma reversão do atual ciclo de baixa. Até lá, o mercado conseguirá precificar melhor as consequências da guerra fiscal que se instalou em todo mundo. Assim como o resultado das políticas monetárias e cambiais que os países levaram a cabo para aquecer um mundo agora multifragmentado.
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