AMD pode perder US$ 800 milhões com novas taxas para exportar para a China
Após a NVIDIA revelar que pode ter um prejuízo de US$ 5,5 bilhões graças às novas restrições de exportasções para a China instituídas pelos Estados Unidos, a AMD revelou que também vai ser afetada por elas. Segundo a companhia, ela pode ser obrigada a gastar US$ 800 milhões somente para conseguir se adequar aos novos requisitos.
Um documento registrado pela empresa junto à Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio do país afirma que esse valor vai ser dedicado ao gerenciamento de estoques, compromissos de compra e reservas relacionadas. Ela também afirma que pretende se registrar para conseguir novas licenças de exportação, mas observa que não tem a garantia de conseguir obtê-las.

Para efeitos de comparação, os US$ 800 milhões correspondem a aproximadamente 50% de todas as receitas líquidas que a empresa obteve durante o último ano fiscal. No documento registrado, a AMD também observa que suas previsões são baseadas em termos de mercado muito incertos, e o valor pode mudar dependendo de “fatores materiais” e “condições econômicas globais”.
AMD também sofre com guerra comercial contra a China
Junto da concorrente NVIDIA, a AMD é uma das empresas que mais deve sofrer com a guerra comercial que os Estados Unidos iniciou contra a China. Além de aumentar as tarifas contra produtos chineses em 245% (algo que já pode ter mudado), o país também restringiu diversos itens de tecnologia que podem ser enviados para seu adversário.

Embora o presidente Donald Trump tenha afirmado que pode isentar muitas companhias de pagar as taxas, ainda é incerto como isso vai funcionar. Também não tem ajudado muito o fato de que as políticas do governante têm se mostrado voláteis e são marcadas por aumentos sucessivos de taxas e anúncios de suspensões temporárias — que podem ou não ser invalidados poucas horas ou dias depois.
Dada a situação atual, a AMD não deve ser a única companhia a ter prejuízos consideráveis em suas operações nos próximos meses. Atualmente, a empresa trabalha na finalização do design Epyc “Venice”, baseado na arquitetura Zen 6, que deve chegar ao mercado em 2026 com produção em 2nm da TSMC.
Fonte: Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio