Titã | Estudo sugere vida extraterrestre na lua de Saturno; desafio é encontrar
Titã, o maior satélite natural do planeta Saturno, é cheio de rios, lagos e oceanos de metano e etano líquidos. Junto a um mar de água oculto no subterrâneo, essas características fazem os cientistas acreditarem que a vida no corpo celeste seja possível — e é isso que uma equipe da Universidade do Arizona investigou em um novo estudo, publicado na revista científica The Planetary Science Journal no último dia 7 de abril.
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A palavra-chave da vez é “possibilidade”. Dados de Titã foram coletados pela missão Cassini, da NASA, que sobrevoou o satélite mais de 100 vezes, bem como pela sonda Huygens, que pousou por lá em 2005. Foi com base nessas informações que os pesquisadores usaram modelagem bioenergética, método de simulações matemáticas, para quantificar a energia necessária para fazer e quebrar ligações químicas num sistema biológico.
A provável vida em Titã
Para que um organismo seja possível na lua de Saturno, vários passos seriam necessários. A sonda Huygens encontrou várias reações fotoquímicas (que ocorrem por conta da luz) no local, fenômenos que podem criar moléculas orgânicas. A ideia é que elas eventualmente se assentariam na superfície do corpo celeste e, através de processos geoquímicos, chegariam até o oceano subterrâneo.
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Uma vez no oceano, as moléculas poderiam ser fonte de alimento de bactérias locais. Um cenário plausível para a emergência da vida, num ambiente como esse, seria a fermentação, segundo a modelagem dos cientistas. O processo natural ocorre quando microorganismos quebram moléculas orgânicas — como açúcar ou carboidratos — em compostos mais simples. Como não precisa de oxigênio, a atividade poderia ser feita em Titã.
Modelando com base no aminoácido mais simples conhecido, a glicina — que está presente por todo o sistema solar —, os cientistas descobriram que, teoricamente, Titã poderia suportar a vida através da fermentação. A questão é que o suprimento de glicina, que dependeria de probabilidade para chegar ao oceano, poderia sustentar apenas uma população minúscula de micróbios: poucos quilos deles, o equivalente a um cachorro pequeno.
Não é a vida complexa que imaginamos, e encontrá-la escassa dessa maneira seria como achar uma agulha em um palheiro — mas seria, para a ciência, um encontro revolucionário.
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