Vitalik Buterin traça novo plano para tornar o Ethereum mais privado
Vitalik Buterin publicou nesta semana um novo roteiro técnico que mira fortalecer a privacidade do Ethereum. O cofundador da rede apresentou as propostas no fórum Ethereum Magicians, com foco claro: melhorar a confidencialidade no Ethereum sem alterar seu mecanismo de consenso.
Buterin defende que a privacidade precisa ser reforçada já na camada base da rede, sem abrir mão da transparência.
O programador russo-canadense dividiu seu plano em quatro áreas de melhoria: pagamentos privados dentro da blockchain, anonimização parcial de ações em dApps, ocultação de leituras on-chain e comunicação anônima entre nós. O objetivo é proteger os usuários contra vigilância de observadores externos e falhas em infraestruturas, como nós RPC comprometidos.
Apesar de mais curto que seus textos anteriores, o documento atraiu atenção pela praticidade. Desenvolvedores já iniciaram discussões técnicas sobre a aplicação imediata das propostas. Muitas das ferramentas citadas, como Railgun, mixnets e PIR (Private Information Retrieval), já existem no ecossistema, mas sua integração completa ainda não chegou aos usuários comuns.
Nove propostas práticas para mais anonimato no Ethereum
O roteiro sugere, por exemplo, usar um endereço diferente por aplicativo para evitar o rastreio de interações. Outra proposta simples porém, impactante, é tornar privadas por padrão as transações “send-to-self”, aquelas em que o usuário envia fundos para si mesmo.
Buterin também destaca a importância de adicionar recursos como Privacy Pools e FOCIL aos wallets. Ele propõe, ainda, que soluções de curto prazo, como TEEs para privacidade em RPCs, evoluam futuramente para alternativas mais robustas como o PIR.
Outras ideias incluem o uso de proof aggregation, nós separados por dApp e melhorias em keystores, que armazenam as chaves dos usuários. Todas as sugestões apontam para uma evolução progressiva e realista, sem romper a estrutura atual da rede.
Rumo a uma rede mais segura e privada
Mesmo com pouca reação da comunidade mais ampla, especialistas e desenvolvedores enxergam enorme valor no plano. Eles acreditam que as mudanças podem aumentar a adoção institucional da rede, principalmente por reforçar a privacidade sem sacrificar a auditabilidade.
Para Buterin, o futuro do Ethereum depende da capacidade de equilibrar privacidade com transparência, sem deixar brechas para censura ou vigilância. Em tempos de vigilância digital crescente, ele defende que a Web3 deve devolver o controle aos usuários, protegendo seus dados por padrão.
Com esse novo passo, o Ethereum se posiciona mais uma vez como referência no debate sobre privacidade digital, influenciando outras redes e reafirmando seu papel como espinha dorsal da internet descentralizada.
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