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Por que algumas vezes sentimos “choque” ao tocar em alguém? 

Você já sentiu um pequeno “choque” ao encostar em alguém ou em uma maçaneta metálica? Esse fenômeno, por mais comum que seja, muitas vezes causa surpresa ou desconforto.

A explicação está na eletricidade estática, um processo natural que acontece constantemente ao nosso redor, mesmo quando não percebemos.

O que é eletricidade estática?

Ao pentear o cabelo, o atrito entre o pente e os fios gera eletricidade estática, fazendo com que alguns fios fiquem arrepiados por repulsão de cargas iguais.
Ao pentear o cabelo, o atrito entre o pente e os fios gera eletricidade estática, fazendo com que alguns fios fiquem arrepiados por repulsão de cargas iguais. / Crédito: Janeberry (Shutterstock/reprodução)

A eletricidade estática é resultado do acúmulo de cargas elétricas em um corpo. Isso acontece quando há um desequilíbrio entre os prótons (cargas positivas) e os elétrons (cargas negativas) nos átomos que compõem a matéria.

Quando dois materiais diferentes entram em contato e são friccionados, como ao caminhar sobre um carpete com meias ou ao vestir uma blusa de lã, pode ocorrer a transferência de elétrons de um material para outro. Um fica carregado positivamente (perdeu elétrons) e o outro negativamente (ganhou elétrons).

Esse acúmulo de cargas não se dissipa imediatamente, especialmente em ambientes com ar seco, o que faz com que os corpos “guardem” essa energia até que ela encontre um caminho para se descarregar.

Por que sentimos choque?

Nosso corpo é um bom condutor de eletricidade. Quando acumulamos elétrons e tocamos em um objeto condutor ou em outra pessoa com carga diferente, as cargas se redistribuem rapidamente, provocando uma pequena corrente elétrica. Essa transferência súbita é sentida como um choque.

O fenômeno é mais frequente em locais com baixa umidade, pois o ar seco dificulta a dispersão natural das cargas acumuladas. Assim, elas se mantêm por mais tempo em nossos corpos até encontrarem um ponto de descarga, que pode ser, por exemplo, o dedo de outra pessoa.

A esfera de plasma ilustra o comportamento de cargas elétricas e descargas visuais que se assemelham aos efeitos da eletricidade estática.
A esfera de plasma ilustra o comportamento de cargas elétricas e descargas visuais que se assemelham aos efeitos da eletricidade estática. / Crédito: @Freepik(Freepik/Reprodução)

Situações que favorecem a eletrização

Alguns fatores aumentam a probabilidade de acumularmos eletricidade estática:

  • Ambientes secos ou com ar-condicionado: menor umidade no ar significa menos dispersão das cargas.
  • Uso de roupas sintéticas, como poliéster, lã ou náilon, que aumentam o atrito com a pele.
  • Movimentos repetitivos, como andar sobre carpetes, especialmente com calçados isolantes.
  • Contato com tecidos estofados, como ao se levantar de cadeiras acolchoadas.

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Choques entre pessoas

Quando tocamos em outra pessoa, e uma das duas está carregada eletricamente, ocorre uma rápida redistribuição de elétrons. Embora a corrente gerada seja extremamente pequena (e inofensiva), ela é suficiente para ativar nossos receptores sensoriais e causar a sensação de choque.

Em alguns casos, esse processo pode até gerar pequenas faíscas visíveis e sons de estalo, especialmente no escuro ou em locais muito secos.

Camisetas de algodão dispostas em uma arara de roupas
Usar roupa de algodão pode ajudar a acumular menos carga elétrica e, portanto, evitar os choques por estática. Imagem: Naypong / iStock

Como evitar os choques de eletricidade estática?

Embora inofensivos, esses choques podem ser incômodos. Algumas estratégias simples ajudam a evitá-los:

  • Aumente a umidade do ambiente, especialmente no inverno, com o uso de umidificadores.
  • Use roupas de algodão ou de tecidos naturais, que acumulam menos carga elétrica.
  • Hidrate a pele, pois a pele seca conduz menos eletricidade e intensifica a sensação de choque.
  • Evite sapatos com solado totalmente isolante se estiver em locais com muito carpete.

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