Do QR Code aos carros elétricos: o que a China ensina sobre inovação
A China se consolidou como uma potência global em inovação e tecnologia e o Brasil tem muito a aprender com esse modelo. A afirmação é de In Hsieh, um dos principais nomes do mercado quando o assunto é o país asiático, inovação e futuro dos negócios, que participou do Podcast Canaltech para falar sobre os caminhos que transformaram a nação em referência mundial no setor.
- DeepSeek, Qwen e mais: conheça 5 IAs chinesas
- Nova no Brasil, Jovi revela 5 primeiros lançamentos de celular no país
Com mais de 1,4 bilhão de habitantes, a China precisou tornar a inovação algo acessível e escalável, o que moldou a forma como o país desenvolve e distribui novas tecnologias. “Lá, inovação precisa ser barata, fácil de usar e de distribuir. Não dá para depender de dispositivos caros, por exemplo”, explica In.
🎧 Ouça a entrevista completa com In Hsieh no Podcast Canaltech
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
Como a China democratizou a inovação
Segundo o especialista, a chave está em três pilares: mentalidade acessível, formação de talentos e investimento pesado em pesquisa e capital de risco.
Com um ecossistema que reúne universidades, empresas e investidores, a China criou um ambiente altamente competitivo, com milhares de startups e soluções tecnológicas que vão de pagamentos digitais a carros elétricos.
“Eles têm mais cientistas em computação, estatística e matemática do que o restante do mundo somado”, diz In.
Super apps, carros elétricos e QR Code
Entre os casos mais marcantes de inovação, In destaca a popularização dos pagamentos via QR Code. A tecnologia, que surgiu no Japão para a indústria automotiva, foi ressignificada na China e virou o principal meio de pagamento digital no país. O modelo serviu de base até para o Brasil desenvolver o Pix.
Outro destaque é o crescimento dos superapps, que reúnem serviços de e-commerce, pagamentos, redes sociais e até jogos em um só lugar. “Mais importante que o super app é o ecossistema por trás dele, com empresas conectadas não só comercialmente, mas também por dados e tecnologia”, explica.
E quando o assunto são carros elétricos, a China também lidera. Empresas como a BYD, que começou como fabricante de baterias, têm impulsionado uma transformação profunda na indústria automotiva, inclusive no Brasil.
A China está chegando ao Brasil
Para In, o movimento mais importante da atualidade é a internacionalização das empresas chinesas, que estão chegando ao Brasil com soluções B2B, Inteligência Artificial e até startups focadas no agronegócio. E o melhor: adaptadas ao mercado brasileiro.
“Já vemos empresas montando escritórios e equipes por aqui. Muitas vezes, nem percebemos que já temos concorrentes ou parceiros chineses atuando no nosso mercado”, alerta.
Para In, um exemplo recente e curioso de uso criativo da tecnologia na China vem do campo: produtores rurais têm usado IA para monitorar plantações, combater pragas e tomar decisões baseadas em dados. “Eles estão fazendo isso de forma orgânica, sem precisar esperar por soluções prontas do mercado”, diz In.
Por que é tão importante a China?
Para In, ignorar o que está acontecendo na China é um erro. “A China é mais parecida com o Brasil do que o Vale do Silício. É um país continental, com desigualdade e uma população enorme. O jeito como eles tornam a tecnologia acessível pode inspirar muito o Brasil.”
In também faz um alerta direto: “Ignorar o que acontece na China é não só uma perda de oportunidade, mas também um risco. Seu próximo concorrente pode estar sendo criado lá agora.
Confira outras matérias do Canaltech:
- Trump pressiona China, e Brasil pode ter boom de 30% na indústria de celulares
- Magalu começa a vender produtos do AliExpress com desconto no lançamento
- Marcas de carros da China vão invadir o Brasil em 2025; conheça todas
Leia a matéria no Canaltech.