Tarifaço: Apple poderá cobrir parte do impacto nos preços de iPhones
Na última quarta-feira (2/4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um “tarifaço” contra países que possuem relações comerciais com o país. Entre os que entraram nesse bolo, estão os dois maiores produtores de iPhones: a China e a Índia, que agora enfrentam tarifas de importação de 54% e 26%, respectivamente.
Logicamente, logo se começou a falar em um aumento dos preços tanto dos iPhones quanto de outros dispositivos produzidos pela Apple no exterior. O analista Wayne Lam, por exemplo, disse ao The Wall Street Journal que haverá um aumento de quase US$300 no custo total de fabricação do modelo Pro com as novas tarifas.
Se os aparelhos atualmente são produzidos por cerca de US$550, o custo deverá passar para quase US$850 com a mudança. Isso tornaria a margem de lucro da Apple bem menor que a atual, considerando o preço de US$1.000 cobrado pelo produto atualmente — o qual permanece o mesmo desde o lançamento do iPhone X, em 2017.
Com base nesse aumento, o analista Dan Ives, da Wedbush Securities, projetou a Apple repassando os custos de fabricação do aparelho para o consumidor, o que resultaria em um aumento do preço de um iPhone 16 Pro de 256GB de US$1.100 para US$3.500 — mais que o dobro em relação ao atual.

Como bem destacou o jornalista Mark Gurman, não é um valor muito crível. Na mais recente edição da newsletter “Power On” (da Bloomberg), ele afirmou que a Apple muito provavelmente deverá finalmente ultrapassar a barreira psicológica dos US$1.000, mas que deverá combinar algumas ações para manter o preço do aparelho acessível.
Caso não consiga algum desconto tarifário com o governo Trump ou caso os países envolvidos não negociem melhores condições com os EUA, a Maçã deverá poderá cobrir parte dos cursos, pressionar fornecedores por uma redução dos preços, fazer ajustes na cadeia de produção e, por fim, repassar parte das despesas aos clientes.
Enquanto isso, o jornalista afirma que a Apple tem se preparado para esse momento há alguns meses. A empresa vem aumentado seu estoque de iPhones nos EUA e, como eles não estão mais sujeitos às tarifas, pode ser que a Maçã consiga esperar até o lançamento da nova linha (em setembro) para reajustar os preços.
Os potenciais compradores desses produtos também parecem estar correndo contra o tempo. Segundo publicação de Gurman no X (antigo Twitter), funcionários da Apple têm relatado uma correria no último fim de semana de consumidores comprando produtos antecipadamente com medo dos prováveis futuros aumentos nos preços.
E produzir nos EUA, rola?
Tanto o WSJ quanto Gurman acreditam que migrar a cadeia de produção dos iPhones para os EUA, como certamente deve ser o desejo de Trump, é algo inviável. Isso porque a Apple ainda deveria pagar taxas sobre as muitas peças importadas do aparelho, sem contar nos anos de transição que seriam necessários para esse empreendimento.
Além disso, o custo de fabricação em si seria ainda maior do que com as tarifas cobradas atualmente. O WSJ estima que a mão de obra, que pode custar cerca de US$30 na China, aumentaria em até 10 vezes nos EUA, pulando para US$300 — algo bem fora da realidade considerando o panorama atual.
Com esses desafios, onde então seria o melhor local para a Apple manter a fabricação de seus produtos? A empresa, vale recordar, vem encampando esforços nos últimos anos para transferir boa parte da produção da China para a Índia e deverá continuar priorizando o país, cujas tarifas cobradas por Trump são menores.
A empresa também deverá continuar focando em diversificar a sua cadeia de produção para outros produtos, como iPads, Apple Watches, AirPods e Macs, que vêm sendo produzidos em mercados como a Tailândia e o Vietnã. Esses países também foram atingidos por altas tarifas, mas elas são menores que as destinadas à China.
Quanto às mudanças na cadeia de suprimentos, a melhor estratégia a longo prazo é ter hubs de produção descentralizados em todas as principais áreas em que a Apple opera.
E quanto ao Brasil? Gurman afirmou que, junto da Índia, o país pode servir como um modelo para essa abordagem diversificada e operar como uma espécie de fuga das tarifas de Trump, uma vez que fomos atingidos com uma taxa de apenas 10% — a mesma destinada aos outros países da América do Sul.
No entanto, Gurman destaca que um aumento na produção de iPhones no Brasil (como comentamos aqui) necessitaria de um trabalho bem pesado, uma vez que as linhas de fabricação por aqui são bem pequenas. Além disso, há dúvidas quanto à capacidade do país de produzir modelos mais avançados, como os iPhones Pro.
iPhones 16 Pro e 16 Pro Max
de Apple
Preço à vista: a partir de R$9.449,10
Preço parcelado: a partir de R$10.499,00 em até 12x
Cores: Titânio-deserto, Titânio natural, Titânio branco ou Titânio preto
Capacidades: 128GB, 256GB, 512GB ou 1TB
iPhones 16 e 16 Plus
de Apple
Preço à vista: a partir de R$7.019,10
Preço parcelado: a partir de R$7.799,00 em até 12x
Cores: ultramarino, verde-acinzentado, rosa, branco ou preto
Capacidades: 128GB, 256GB ou 512GB
iPhone 16e
de Apple
Preço à vista: a partir de R$5.219,10
Preço parcelado: a partir de R$5.799,00 em até 12x
Cor: branco ou preto
Capacidade: 128GB, 256GB ou 512GB
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