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Review: Xenoblade Chronicles X: sublime no Wii U; melhor no Switch

Foi uma longa e gratificante jornada para o Switch, que tem tudo para se tornar não só o videogame de maior sucesso da Nintendo como, quem sabe, o console mais vendido de todos os tempos no geral. E se Xenoblade Chronicles X Definitive Edition for mesmo o seu último grande jogo antes do lançamento do Switch 2, não poderíamos pedir por uma despedida em melhor estilo para o nosso pequeno notável híbrido.

Lançado originalmente para o Nintendo Wii U em abril de 2015, Xenoblade Chronicles X volta maior, melhor e mais bonito ao Nintendo Switch em março de 2025, quase 10 anos depois, com uma senhora Remasterização, assim com R maiúsculo e negrito mesmo.

Pois é, diferente de ports mais simples como o recente Donkey Kong Country Returns HD, aqui temos um jogo que passou por desde melhorias de qualidade de vida e interface, até remodelagem de personagens, adição de músicas e missões novas e muito mais. Saiba tudo sobre Xenoblade Chronicles X no nosso review completo a seguir!

Xenoblade agora está completo no Switch

Curiosamente, Xenoblade Chronicles X já chega exercendo um papel simbólico muito interessante. Com o seu lançamento, o Switch agora passar a contar com a coleção completa da franquia Xenoblade Chronicles, o que inclui os jogos 1, 2, 3 e X, todos em edições físicas gloriosas. Mas por que isso importaria para essa review?

Bom, antes de mais nada, caso você nunca tenha jogado qualquer jogo da série, é bem útil saber que é totalmente possível começar a sua aventura pelo Xenoblade Chronicles X Definitive Edition, já que a sua trama é autossuficiente. Embora compartilhe um bocado do lore, símbolos, espécies e mecânicas, esse jogo não vai te prejudicar em nada caso você não tenha qualquer bagagem pregressa.

Eu mesmo me apaixonei pela franquia começando com ele no Wii U, então anedoticamente você pode me usar como exemplo se estiver pensando em começar por aqui também. Depois dele eu zerei todos os jogos da série, tendo o 3 como favorito, se você quiser uma dica do que jogar a seguir, mas isso é assunto para outro texto. Por enquanto, importa saber que tanto fãs das antigas como novatos podem começar por aqui numa boa.

Diferente dos demais jogos da franquia, que possuem protagonistas com visual e personalidade pré-estabelecidos, aqui você deve criar o seu próprio herói ou heroína do zero, tudo com um estilinho bem de anime e sem aquelas firulas de corpos type A e type B. Sem esforço, você certamente criará um personagem bem legal usando as ferramentas simples de customização do game.

Criar o seu personagem silencioso acaba ajudando a construir um contraste bem interessante com a maioria dos jogos, já que você atua muito mais como um “passageiro” na trama; um simples sobrevivente integrante de uma equipe de exploração e pesquisa, e não o herdeiro escolhido pelo destino ou qualquer coisa épica nessa linha. Qualquer outro soldado bem capacitado poderia estar no seu lugar facilmente, e eu achei isso uma escolha bem ousada e legal.

Uma história discreta em um mundo soberbo

Logo no comecinho de Xenoblade Chronicles X somos expostos a uma trama bastante surtada e ligeira: o nosso planeta Terra é pego em um fogo cruzado alienígena e, com isso, a única chance de sobrevivência da humanidade é deixar o planeta para trás em arcas gigantescas.

Infelizmente a maioria delas não consegue atravessar a guerra espacial, mas os nossos aventureiros escapam por um triz antes de serem forçados a pousar no inóspito planeta Mira, onde estabelecem uma nova colônia e precisam aprender a lidar com a fauna e flora local.

O nosso protagonista pousa um pouco afastado dos demais e, quando assumimos o controle, somos acordados pela bela e heróica Elma, que fazia uma patrulha em busca de mais sobreviventes. Ao seu lado, somos apresentados aos — muitos — tutoriais, sistemas e mecânicas de Xenoblade Chronicles X Definitive Edition.

Há uma quantidade muito grande de coisas para aprender, mas não se deixe desanimar pelas primeiras horas, um pouco mais lentinhas. Se o seu personagem não cativa, redirecione a sua atenção ao ambiente e ao escopo sem precedentes do mapa, um dos maiores e melhores dos videogames até então.

Um (novo) mundo de aventuras

O planeta de Mira é um personagem por si só, e sem dúvidas o maior atrativo do game. Ele já era bonito no hardware limitadíssimo do Wii U, e no Switch fica ainda mais belo graças às novas texturas e modelos de personagens.

O mapa deslumbra tanto nas áreas mais habitadas, repletas de prédios e tecnologia, como especialmente no ambiente selvagem, com biomas verdejantes intercalando-se com locais inóspitos que vão desde o fogo e lava até florestas densas. Se a campanha linear não é lá muito memorável, ao menos a história sensorial que você constrói ao explorar esses locais mais do que compensa isso.

Há até um sentimento constante de risco ao ver inimigos muito acima do seu nível e estatura vivendo a sua vida mais ao longe, então você vai estar sempre calculando rotas e riscos a fim de garantir que as suas expedições sejam bem-sucedidas. Não há um momento de tédio sequer, e vale a pena inclusive conversar com a galera e fazer missões paralelas, pois elas escondem alguns dos melhores textos e situações de Xenoblade Chronicles X.

Vale citar uma decisão de design incrivelmente corajosa por parte da Monolith: sabe o imponente Mecha que você vê logo na capa do jogo? Apesar de você encontrá-los logo cedo, com cerca de 1h de gameplay, prepare-se para um longo trajeto antes de sequer cogitar entrar em um Skell (como são chamados em Xenoblade Chronicles X).

Na primeira vez em que joguei no Wii U levei cerca de 50 horas até dar uma de Shinji e enfim entrar no robô, e aqui, revisitando o jogo e lembrando de boa parte dele, foi coisa de 40 e poucas horas. Poucos estúdios teriam a ousadia de segurar esse prazer por tanto tempo, e a hora em que você enfia pega o seu Mecha e sai voando por aí não apenas redefine o gameplay do game como também figura entre os grandes momentos dos JRPGs como um todo.

Espera e recompensa

Não é só o mecha que demora para chegar mas, quando chega, entrega tudo e mais um pouco. Para quem, como eu, zerou Xenoblade Chronicles X no Wii U, é possível curtir missões totalmente inéditas, mas para tanto é preciso jogar no barato umas boas 60 horas. Em respeito às diretrizes de embargo, não entrarei em maiores detalhes sobre a nova narrativa, mas posso dizer que fiquei muito satisfeito com o material e que ele encaixa muito bem no game.

Talvez o novo conteúdo, por si só, não fizesse a compra valer a pena para veteranos, mas somando isso aos visuais retrabalhados, menus mais clean e espertos, e até novidades na emblemática trilha sonora composta por Hiroyuki Sawano (dos animes Attack on Titan e Kill La Kill, talvez a sua trilha mais parecida com a de Xenoblade Chronicles X. Inclusive, ouça logo abaixo outra parceria pedrada entre Kawano e Mika Kobayashi), é quase como um novo game.

E para quem nunca jogou antes, igualmente recompensador será o processo de aprender a dominar o sistema de batalhas pautado em alguns golpes automáticos intercalados com cooldowns e até quick time events. Funciona assim:

Você não sente um impacto muito direto dos seus movimentos nos inimigos, que são meio esponjas de dano, mais ou menos como no seu MMORPG favorito. Uma vez iniciado o combate, o seu avatar (seja ela o protagonista ou qualquer outro membro do time que você opte por controlar) vai atacar sem parar à curta ou longa distância, mas você segue tendo total liberdade para andar pelo mapa enquanto isso acontece.

Uma barra customizável de habilidades também é exibida no canto inferior da tela, agora com tudo muito mais claro e organizado do que no Wii U, diga-se de passagem, então você pode e deve usar esses poderes mais fortes de tempos em tempos, sempre levando em conta o seu cooldown, para maximizar o seu dano e proteção. Como muita coisa em Xenoblade Chronicles X, demora para engrenar. Mas quando te pega, pega de jeito.

Vale a pena jogar Xenoblade Chronicles X?

Xenoblade Chronicles X Definitive Edition não é um jogo muito acessível (e fica ainda menos com a imperdoável omissão de legendas em português, sendo mais um caso em que ficou faltando a Nintendo olhar com mais carinho para o nosso mercado), mas é um JRPG que vai premiar com fartura de conteúdo e maravilhas aqueles que forem valentes o bastante a ponto de encarar os seus sistemas intimidadores de peito aberto.

Se você nunca jogou, é uma porta de entrada bem legal para a franquia. E até mesmo se você já jogou Xenoblade Chronicles X no Wii U, vale a pena zerar de novo graças aos novos gráficos, músicas e história adicional. Seja como for, fato é que aqui temos o fino do fino dos JRPGs.

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