Entenda as principais configurações gráficas de um jogo de PC
Um PC gamer consegue jogar como jogador de console, bastando abrir um game e partir para a diversão. Mas é inegável que os jogadores de console sofrem um pouco no PC, principalmente quando se deparam com as várias configurações gráficas dos jogos.
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Pensando nisso, e para explicar a você como extrair o máximo desempenho do seu PC gamer, vamos falar sobre as principais configurações presentes nos jogos e como elas afetam o desempenho e melhoraram a qualidade visual. Essas configurações variam de título para título e até mesmo de engine para engine, por isso focaremos nas mais comuns.
Resolução
Em geral, essa é uma configuração que já está ajustada por padrão, mas sempre é possível configurá-la para mais ou para menos. A resolução tem a ver com a quantidade de pixels exibida na tela. Quanto maior a resolução, maior é a qualidade da imagem e menos desempenho o PC entrega, porque precisa lidar com mais pixels.
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Em resoluções maiores, a exigência é especialmente maior na placa de vídeo, principalmente na memória, a chamada VRAM. Por isso, os requisitos de sistema dos desenvolvedores sempre indicam GPUs com mais VRAM para quem quer jogar em resoluções mais altas.
V-Sync (sincronização de imagem)
Existem diferentes formas de configurar o V-Sync: pelo driver de vídeo, aplicações como RivaTuner e no próprio jogo. Focaremos neste último.
Essa opção sincroniza a taxa de quadros por segundo (FPS) de um game com a taxa de atualização de imagem (medida em Hertz) do monitor, eliminando os efeitos visuais negativos que a dessincronização de imagem causa, como riscos na tela (screen tearing).
Esse problema acontece quando o PC gera mais ou menos quadros do que a taxa de atualização de imagem do monitor, fazendo com que somente uma porção de um quadro seja exibida, gerando cortes na tela. Com o V-Sync ativado, o uso do hardware é reduzido, principalmente da placa de vídeo, já que o foco é sincronizar a taxa de quadros por segundo com a taxa de atualização do monitor. Isso faz com que as peças consumam menos energia e operem com temperaturas menores.
Existe ainda uma outra forma de sincronização de imagem, mas que tem a ver com o monitor. Com as tecnologias NVIDIA G-Sync e AMD FreeSync, é possível deixar o resultado ainda melhor nas GPUs GeForce RTX e Radeon RX, respectivamente, já que a sincronização não está necessariamente nas mãos das placas de vídeo.
Anti-Aliasing (anti-serrilhamento)
Esta é uma configuração de alta impacto visual. O anti-aliasing tem a ver com aquelas bordas tremidas que vemos em qualquer canto de um jogo, especialmente em linhas finas. Existem diferentes opções disponíveis desse recurso e todas visam melhorar o serrilhamento nos jogos.

O FXAA (Fast Approximate Anti-Aliasing) é o mais leve, mas é o que entrega o menor incremento gráfico. Já o TAA (Temporal Anti-Aliasing), que tem uma abordagem baseada em combinação de dados de pixels anteriores, entrega qualidade visual consideravelmente melhor, embora exista a chance de que sua ativação deixe as bordas embaçadas, dependendo da implementação pelos desenvolvedores.
O Multisample Anti-Aliasing (MSAA) é um dos melhores, entregando ótimo resultado visual, principalmente dependendo do nível escolhido pelo jogador (2x, 4x, 8x, e 16x). Ele é o mais pesado e que mais exige da placa de vídeo. Além disso, o serrilhamento também é impactado pela resolução: quanto maior, mais pixels preenchem a tela e menos bordas serrilhadas serão visíveis.
Texturas
Esta é aquela opção que, quanto menor a qualidade, mais o jogo parecerá feito de massa de modelar. Jogos AAA tendem a ter maior impacto visual com essa opção gráfica. Alguns lidam com esse recurso indo do baixo ao máximo, mas existem algumas exceções, como os games da Capcom feitos com a RE Engine.

Esses jogos contam com as opções baixa, média e alta, mas cada uma delas tem ainda uma segunda opção, que tem a ver com o tamanho das texturas, indo de poucos MB do baixo até 8 GB do alto. Isso nos dá uma ideia do quanto somente as texturas ocuparão da memória de vídeo, além das outras configurações.
Em geral, a resolução da textura tem a ver com a definição dos elementos gráficos no jogo, como paredes mais definidas, roupas dos personagens com mais detalhes, etc. Ou seja: ajuda no realismo de um jogo, algo que tem mais peso nos títulos AAA. O impacto no desempenho não é muito significativo, mas caso a memória de vídeo encha, o jogador enfrentará quedas constantes de FPS.
Filtro anisotrópico
Essa configuração gráfica está atrelada às texturas. O filtro anisotrópico ajuda na exibição de texturas através de ângulos diferentes. As superfícies mais afetadas são aquelas na horizontal, como o chão. Essa opção tem diferentes níveis (indo do 2x até 16x) e impacto mínimo na performance, embora melhore consideravelmente a visualização de superfícies.
Qualidade da sombra
Assim como a resolução das texturas, as sombras têm grande peso para a placa de vídeo, especialmente para a VRAM, já que quanto maior o nível da qualidade, mais memória precisa. E não só isso, já que a demanda de processamento da GPU é alta. Por conta disso, quanto mais bem feita as sombras de um jogo, menos FPS ele entrega.
Esse é um recurso fácil de ser entendido. Assim como todas as outras configurações gráficas, as sombras também têm diferentes níveis de qualidade. O nível mínimo costuma deixar um aspecto visual com bordas tremidas e sem detalhes. Já a qualidade máxima entrega o que se espera desse nível: sombras que beiram o realismo.
Reflexos do Espaço de Tela (Screen Space Reflection)
Como o nome sugere, o SSR é uma técnica de renderização para espelhar elementos do cenário em superfícies reflexivas, como água, metal, vidro etc. O método mais realista é através de ray tracing, mas é muito pesado para qualquer placa de vídeo. Os reflexos do espaço de tela entregam um resultado visual decente através de rasterização, embora tenha seus problemas.
Esse reflexo acontece através de texturas implementadas manualmente pelos próprios desenvolvedores nessas superfícies — bem diferente do ray tracing, que realmente reflete em tempo real qualquer objeto. O SSR, por outro lado, é relativamente leve para as placas de vídeo modernas e a ativação do recurso aumenta a imersão e realismo nos jogos, custando pouquíssimos FPS.

Nível de detalhe
Essa configuração define o nível de detalhe dos elementos próximo da câmera. Quanto maior o nível, mais detalhes distantes o jogo apresenta. Dependendo do título, não existe tanto impacto sob a performance do sistema, como naqueles lineares e focados em ambientes fechados. Mas jogos de mundo aberto, ou mesmo lineares, mas com cenários amplos, é perceptível a mudança nos detalhes distantes.
Este é um recurso bem exigente na GPU, principalmente em jogos de mundo aberto, já que ela irá renderizar detalhes bem distantes, ao mesmo tempo que lida com os elementos mais próximos da câmera com muito mais detalhes.
Oclusão de ambiente
Esse é um recurso fácil de identificar nos jogos. Ele é responsável por tornar as sombras em cantos — mas não da forma como as sombras convencionais funcionam — mais perceptíveis. Com essa configuração gráfica, também é possível melhorar as sombras em gramas e folhas, por exemplo.
Existem diferentes técnicas de oclusão de ambiente. SSAO (Screen Space Ambient Occlusion) é a mais leve delas e entrega um bom resultado, enquanto a Horizon Based Ambient Occlusion (HBAO) é mais complexa, deixando as sombras de objetos menores mais realistas ao custo de mais recursos da GPU.
Iluminação volumétrica
A iluminação volumétrica é basicamente a luz que entra por frestas e brechas, geralmente vindo de fora, iluminando o interior de um local específico. Vemos muito isso em jogos de terror, como Resident Evil 2. Além desse exemplo, também é possível ver a iluminação volumétrica em ação em cenas de florestas com os raios de sol atravessando as folhas. Geralmente, esse recurso também tem a ver com neblina e a iluminação que passa por ela.

Ray tracing
Independentemente da qualidade escolhida pelo jogador, seja para reflexos, sombras, iluminação global, oclusão de ambiente, entre outros, o ray tracing é um recurso que exige bastante do hardware de um PC gamer, principalmente da placa de vídeo. Isso acontece porque a tecnologia exige aceleradores dedicados, como os que existem nas GPUs GeForce RTX e Radeon RX, além das novas Intel Arc.
Essa técnica envolve a simulação do comportamento físico de raios de luz em todos os objetos de um cenário, gerando efeitos bastante realistas, como o que vemos em Cyberpunk 2077 com a maior implementação da tecnologia, com path tracing.
Abordamos aqui todas as principais e mais relevantes configurações gráficas em jogos. Alguns títulos facilitam entender como cada uma delas funciona ao adicionar descrições detalhadas, o impacto no hardware e também uma prévia em tempo real de como aquele determinado efeito se comporta. O jogo Resident Evil 2, que usamos aqui como exemplo, ajuda o jogador nessas questões.
Existem ainda outros efeitos de pós-processamento, como desfoque de movimento, incandescência, refração da lente, profundidade de campo, distorção da lente, granulado de filme, entre outros, que têm pouquíssimo impacto no desempenho e nos visuais.
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