Cientistas descobrem proteína que nos ajuda a aguentar o estresse
Ao contrário do que dizem muitos coaches, a resiliência pode ser menos o resultado de uma mente focada e mais o resultado da estrutura cerebral de cada um.
Um novo estudo publicado nesta semana na prestigiada revista científica Nature Neuroscience demonstrou que uma proteína, chamada receptor canabinoide tipo 1 (CB1), atua como uma barreira, protegendo o cérebro.
- Calor extremo pode acelerar o envelhecimento em adultos
- Praticar pouco exercício físico, mas de maneira intensa, reduz risco de demência
Funciona assim: a CB1 faz parte da barreira hematoencefálica, que regula a passagem de moléculas entre a corrente sanguínea e o órgão.
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
No entanto, quando um indivíduo está submetido a estresse crônico, a integridade dessa barreira é alterada e moléculas inflamatórias entram no cérebro, abrindo espaço para o surgimento de sintomas de ansiedade e depressão.
Além desse estudo, uma análise de cérebros humanos do Douglas-Bell Canada Brain Bank confirmou a associação entre receptores CB1 e sintomas depressivos.
“Descobrimos que o nível de receptores CB1 em astrócitos era menor em pessoas com depressão maior no momento da morte do que em pessoas sem depressão ou aquelas tratadas com antidepressivos”, afirmou Caroline Ménard, líder do estudo.
Camundongos estressados
Por meio de um experimento com camundongos, os cientistas notaram que os animais resilientes ao estresse tinham mais receptores CB1 na barreira do que camundongos com comportamento depressivo ou camundongos não expostos ao estresse.
Para submeter aos animais a uma situação estressante, todos os dias, por cinco minutos, eles eram colocados em contato direto com um macho dominante.
No resto do tempo, um divisor transparente era colocado na gaiola. Assim, podiam ver o valentão sem ter nenhuma interação física, o que causa estresse psicossocial.
Outros experimentos realizados por essa equipe mostraram que camundongos que tiveram acesso a uma roda de exercícios ou que tomaram antidepressivos também apresentaram níveis mais altos de receptores CB1.
Agora, o objetivo é avaliar a possibilidade de usar moléculas capazes de ativar os receptores CB1 para reduzir a ansiedade e os sintomas depressivos, aumentando assim a resiliência diante do estresse.
Leia também:
- Comer nozes no café da manhã pode melhorar a função cerebral, aponta estudo
- Quais fatores mais agravam o envelhecimento: hábitos ou genética?
VÍDEO: Manchas na tela do celular são apenas um dano estético? A garantia cobre o revestimento oleofóbico?
Leia a matéria no Canaltech.