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Verme, réptil ou anfíbio? Cientistas descobrem criatura bizarra no Brasil

Você consegue responder a pergunta do título só olhando essa foto? À primeira vista, eu diria que é uma cobra-cega, ou uma cecília, como são chamados esses anfíbios em algumas regiões.

Olhando mais de perto, porém, as escamas são um pouco diferentes. Diria, então, que se trata de algum tipo de cobra, ou seja, um réptil.

Mas cobra dessa cor e sem olhos? Muita gente pensou dessa maneira e, com certeza, a aposta dessas pessoas seria pelo verme. Daquele tipo de formato cilíndrico – os nematelmintos.

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Pois bem, as respostas estão erradas. Apesar de ter características de todos esses bichos citados acima, o animal em questão é um anfisbena, um tipo de réptil sem patas, que não está na família nem das serpentes nem dos lagartos.

O anfisbena da foto foi identificado há alguns meses na região norte da Serra do Espinhaço, que fica no município de Caetité, no sertão da Bahia. Após uma série de testes e exames, cientistas brasileiros chegaram à conclusão de que estamos diante de uma nova espécie.

Amphisbaena amethysta

Seu nome científico faz referência à região onde ele vive.

A Serra do Espinhaço possui alguns depósitos de quartzo ametista.

O animal recém-descoberto tem pouco menos de 26 centímetros de comprimento.

Os pesquisadores sabiam se tratar de um anfisbena por causa do formato do focinho, das escamas e do número de anéis em seu corpo.

O animal recebe o nome de cobras de duas cabeças por causa do formato do seu rabo, muito semelhante ao crânio – Imagem: Reprodução/Ribeiro et al., ZooKeys 2024

Para identificar a nova espécie, porém, foi necessário um exame de DNA.

O anfisbena é o único réptil verdadeiramente cavador, ou seja, ele cava seus próprios túneis.

Vive a maior parte do tempo debaixo da terra – e é por isso que os olhos quase não aparecem.

Essa espécie é carnívora, alimentando-se de pequenos insetos que caem nos buracos.

Eles raramente caçam na superfície, mas já forma avistados por humanos fazendo isso.

Em algumas regiões do país, o anfisbena é conhecido como “cobra de duas cabeças” (por causa da cauda arredondada, do mesmo formato do crânio).

Essa “cobra” diferente morde e tem dentes bem afiados.

Por não se tratar de uma ofídea, porém, a espécie não é peçonhenta.

Novas descobertas

Os pesquisadores conseguiram determinar que o Amphisbaena amethysta não se afasta muito da área onde foi encontrado. O animal vive, portanto, na porção norte da Serra do Espinhaço, dentro de uma área montanhosa de cerca de 38 quilômetros de extensão apenas.

Os cientistas brasileiros comemoraram a descoberta e afirmaram que ela pode indicar que essa região da Bahia pode abrigar uma fauna subterrânea completamente desconhecida por nós.

Não só de répteis, como os anfibenas, mas também de outras classes animais:

“A identificação de uma nova espécie indica que a fauna fossorial, assim como de outros grupos, da região da Serra do Espinhaço está longe de ser completamente conhecida e que pode abrigar uma diversidade de táxons endêmicos muito maior do que a percebida até agora”, escreveram os pesquisadores.

Pode não parecer, mas o anfibena tem um certo grau de parentesco com esse crocodilo (ambos são répteis) – Imagem: Clayton Harrison/Shutterstock

Você pode ler o estudo na íntegra na revista ZooKeys.

As informações são do IFL Science.

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