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Mutação que causa câncer pode ter sido desvendada

A ciência já sabia que mutações no gene TET2 estão associadas ao desenvolvimento de câncer. Agora, um novo estudo pode ter desvendado por que essa ligação existe e com ela acontece. As descobertas abrem uma série de novas possibilidades no que diz respeito ao tratamento da doença.

Análise de processos no RNA

Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos se debruçou sobre o RNA, que ajuda a realizar as instruções genéticas do DNA e produzir proteínas.

Eles explicam que o TET2 tem uma influência considerável sobre um processo de RNA chamado metilação, que afeta a forma como o DNA é empacotado em blocos chamados cromatina.

Segundo a pesquisa, o câncer pode começar quando erros acontecem nesta parte do processo de embrulhar e desembrulhar proteínas dentro de nossas células.

Mutações nos genes relacionados ao TET2 aparecem em até 60% dos casos de leucemia e também foram associadas a outros tipos de câncer.

As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature.

Mutações no gene TET2 já haviam sido associadas ao desenvolvimento do câncer (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

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Como a mutação acaba causando a doença

Os pesquisadores identificaram uma modificação no RNA chamada m5C, atraindo uma proteína chamada MBD6, que então controla como a cromatina é empacotada. No início da vida, o TET2 ajuda no desenvolvimento de células, tornando a cromatina mais acessível, apoiando a expressão de genes para que as células-tronco possam se tornar outros tipos de células.

Em adultos, o TET2 reforça o controle, limitando o MBD6. Se esse controle for perdido, no entanto, a linha de produção biológica pode começar a colapsar. No caso da existência de uma mutação TET2, isso pode eventualmente levar ao desenvolvimento do câncer.

Descobertas permitem a identificação de novos alvos no combate à doença (Imagem: Lightspring/Shutterstock)

Em pessoas mais velhas, essas mutações TET2 também foram associadas a um maior risco de condições inflamatórias, como doenças cardíacas, derrame e diabetes. Isso ocorre porque as células sanguíneas com mutações tornam-se inflamatórias, colocando mais pressão em diferentes áreas do corpo.

Outros testes de laboratório mostraram que, quando o MBD6 foi bloqueado, as células cancerígenas da leucemia foram mortas. Isso dá aos especialistas um novo alvo para medicamentos que combatem o câncer.

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