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Descoberta de enzima pode revolucionar produção de biocombustíveis

O Brasil aposta nos biocombustíveis como forma de limitar o uso de combustíveis fósseis e combater as mudanças climáticas. No entanto, esta produção não é simples e esbarra em alguns obstáculos importantes.

Problemas que podem ser superados a partir da descoberta de uma nova enzima. Segundo pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Materiais e Energias (CNPEM), em parceria com cientistas da Universidade de São Paulo (USP), ela é capaz de aumentar a produtividade.

Importância da descoberta brasileira

A equipe explica que, para transformar biomassa em combustíveis e produtos químicos, é necessário que aconteça a desconstrução da celulose, a fibra que compõe a parede celular das plantas.

Ela tem uma estrutura muito resistente à degradação, então sua quebra biológica é lenta e difícil.

No entanto, a nova enzima pode acelerar este processo, aumentando a capacidade de produção de etanol a partir do bagaço da cana-de-açúcar e de outros resíduos agroindustriais, como a palha do milho.

Segundo os pesquisadores, a descoberta ocorreu na “matéria escura do DNA”, que são os genes de microrganismos que nunca foram cultivados em laboratórios.

As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature.

Biocombustíveis são considerados uma forma de energia limpa (Imagem: Ralf Geithe/Shutterstock)

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Enzima pode tornar processos duas vezes mais rápidos

A enzima foi apelidada de CelOCE, uma sigla para a expressão em inglês Cellulose Oxidative Cleaving Enzyme (em português, “enzima de clivagem oxidativa da celulose”). Uma clivagem oxidativa é a reação química que quebra uma ligação entre carbonos, substituindo-a por uma ligação com oxigênio.

Essa nova enzima dá o pontapé do processo de quebra da celulose, perturbando a estabilidade da estrutura cristalina da parede celular e abrindo a porta para que as enzimas tradicionais façam a maior parte do trabalho de desconstrução da fibra. Ela pode tornar estes processos até duas vezes mais eficientes.

Bactéria é responsável pela geração da enzima (Imagem: cones/Shutterstock)

A CelOCE é classifica como uma metaloenzima, porque tem em sua composição um metal: o cobre. Gerada a partir da ação da bactéria Candidatus Telluricellulosumbraziliensis, ela também pode ser usada na produção de papéis, tecidos e outros materiais feitos com biomassa.

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