South of Midnight encanta, mas ainda tem muito a provar – PREVIEW
2025 promete ser o ano do Xbox. Já ouvimos essa frase em outros momentos e, em alguns, até com tom de piada, mas dessa vez parece ser verdade. Entre os games anunciados para este ano até o momento, temos Avowed, Fable, Doom: The Dark Ages, 33 Immortals e, um dos que eu estava mais empolgado para botar minhas mãos, South of Midnight.
Quando vi South of Midnight pela primeira vez, me bateu uma certa dúvida. Os visuais eram lindos, o trabalho de voz impressionaram e o gameplay parecia muito suave, mas será que, mais uma vez, eu sairia decepcionado? A convite da Xbox e da Compulsion Games, tive a oportunidade de viajar até Nova Iorque e testar o jogo antecipadamente. Minhas primeiras impressões você confere a seguir.
Falta feijão nessa marmita
“O jogo é de ação e aventura, não um RPG”. Essa frase foi entoada algumas vezes pelo Jasmin Roy, diretor de gameplay do game. O motivo disso é afastar a percepção de que South of Midnight é um game longo e lotado de conteúdos complementares, já que o game busca ser uma aventura linear, que vai direto ao assunto. Isso pode ser visto muito facilmente durante a minha jogatina.
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A Compulsion Games permitiu que eu jogasse o terceiro capítulo do game, o qual já temos praticamente todos os poderes de exploração e combate desbloqueados. Eles permitem puxar, empurrar e amarrar os adversários, fazendo ações similares nas sessões de plataformas. Excluindo alguns poucos caminhos alternativos para coletar itens que dão upgrades nessas habilidades, o trajeto é contínuo, intercalando porradaria com parkour.
De uma forma geral, a gameplay não passou muita confiança. O combate não possui muita complexidade, aumentando a dificuldade conforme o tempo, mas com uma ausência na variedade. Durante a minha curta jogatina, vi três tipos diferentes de inimigos que sempre atacam de uma mesma forma, tornando os confrontos protocolares. Já as partes de plataforma, com exceção de uma perseguição emocionante ao final do capítulo, é simples e pouco empolgante, podendo resolver tudo de forma automática, sem a necessidade de pensar muito.
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Ainda que, segundo os desenvolvedores, não tenha sido uma inspiração, há muitos paralelos possíveis com Kena: Bridge of Spirits, um game que pessoalmente não me apetece. Considerando que joguei apenas um capítulo do começo do jogo, South of Midnight ainda possui muitas oportunidades para provar a que veio, mas a primeira impressão não impressionou. Porém, o mesmo não pode ser dito de outros aspectos do jogo.
A mágica do interior americano
Uma das coisas que mais me chamou a atenção quando eu o vi pela primeira vez foi a direção de arte. Inspirada em obras stop motion, os membros da Compulsion Games contaram com a ajuda da Clyde Henry Productions, premiado estúdio especializado em fantoches e em filmes stop motion, para entender como levar uma linguagem tão artesanal e manual para o mundo digital.
Juntando isso com viagens para o sul dos Estados Unidos, referências góticas, senso de humor peculiar, superstições e tecelagem, a diretora de arte Whitney Clayton e sua equipe encontraram as bases estruturais para South of Midnight.
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A cultura do sul dos Estados Unidos é pouco explorada pelas mídias no geral, mas é extremamente rica, cheia de tradições orais que trazem um toque de misticismo único. E isso não é à toa, a região possui um passado escravocrata, fazendo com que as tradições locais tenham sido moldadas pela comunidade negra e remetam a esse período da história.
O objetivo de Zaire Lanier, diretora narrativa do título, foi contar uma história familiar, de uma filha buscando por sua mãe desaparecida, dentro desse contexto cultural e mágico, respeitando as raízes e mitos locais e trazendo suas experiências pessoais para entregar uma história única no mundo dos games. Ela também comentou que a visita da contadora de histórias Donna Washington, especialista em tradição oral, e a ajuda de consultores externos foi essencial para respeitar as tradições e, simultaneamente, apresentar uma narrativa original.
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2025 promete ser o ano do Xbox. Já ouvimos essa frase em outros momentos e, em alguns, até com tom de piada, mas dessa vez parece ser verdade. Entre os games anunciados para este ano até o momento, temos Avowed, Fable, Doom: The Dark Ages, 33 Immortals e, um dos que eu estava mais empolgado para botar minhas mãos, South of Midnight.
A minha relação com a Compulsion Games, desenvolvedora do jogo, é meio peculiar. O primeiro vídeo que fiz para o canal do Voxel foi sobre mundos distópicos, relacionando o tema com o segundo título do estúdio, We Happy Few. Porém, ele foi bem decepcionante em seu lançamento, o que me deixa até hoje com um gosto agridoce na boca, equilibrando meu desencanto com nostalgia.