Agentes de IA provam que já chegamos no próximo nível da tecnologia
Vivemos em uma era onde a Inteligência Artificial (IA) já se tornou uma aliada constante para empresas e indivíduos. Em um primeiro momento, os modelos de linguagem eram o foco principal, mas no ano de 2025 veremos os chamados agentes de IA tendo um papel essencial nessa transformação digital.
O termo nada mais é do que um sistema de software que atua de maneira autônoma para realizar tarefas específicas. É uma tecnologia com habilidades sofisticadas, que visa imitar capacidades mais complexas do que simplesmente gerar texto para responder a prompts, como percepção, raciocínio, aprendizado e, principalmente, tomada de decisão de forma autônoma.
Por meio dos seus algoritmos avançados e aprendizado de máquina, estes agentes têm o potencial de transformar rotinas e indústrias inteiras. Eles poderão interagir com o ambiente, coletar informações, processar dados e agir para atingir objetivos definidos, seja para a área da saúde, transporte, finanças ou entretenimento.
Esse nível de eficiência é comprovado, inclusive, pela euforia do mercado: a consultoria MarketsandMarkets aponta que o setor de agentes de IA deve ultrapassar a marca de US$ 47 bilhões até 2030.
*Fabrício Carraro, Program Manager da Alura e autor publicado sobre IA
Como os agentes de IA funcionam na prática?
Ao contrário de chatbots como o ChatGPT, os agentes de IA não apenas respondem de forma imediata alguma pergunta ou comando; eles também usam essa resposta como base para realizar outras ações ou até continuar trabalhando na tarefa.
Imagine o seguinte prompt: “Toda segunda-feira às 8h da manhã, faça uma busca na internet sobre notícias relacionadas a tecnologia e escreva um artigo sobre isso”. Mais do que fazer essa busca, o agente consegue reunir informações de diferentes fontes (como um site ou outro), combinar dados relevantes e produzir um texto coeso, além de seguir refinando o trabalho com ajustes ou novas solicitações.
Outro exemplo de pedido: “Compre uma passagem de São Paulo para Nova York no dia 5 de agosto, pela manhã”. Nesse caso, o agente entenderia a solicitação, acessaria os sites de passagens, encontraria opções próximas ao horário desejado e finalizaria a compra.
Sistemas multiagentes
Quando falamos sobre agentes no contexto atual da IA, geralmente estamos nos referindo a sistemas multiagentes, nos quais múltiplos agentes trabalham de forma colaborativa para alcançar um objetivo comum. Cada um deles tem uma função ou proposta específica, mas, para atingir o objetivo global do sistema, é necessário que coordenem suas ações e se comuniquem entre si de maneira eficiente.
No núcleo desses sistemas multiagentes estão os grandes modelos de linguagem (LLMs). O que distingue os agentes de IA dos tradicionais, como ChatGPT ou Gemini, é a capacidade de utilizar ferramentas externas e de criar planos de ação. Isso inclui a realização de pesquisas na internet, o uso de interfaces de programação e outras funcionalidades que permitem uma interação mais dinâmica e eficiente com o ambiente.
Como criar um agente de IA?
Antes de mais nada, é fundamental que quem deseja utilizar um agente de IA compreenda claramente o motivo de estar fazendo isso. Existem diversos frameworks open source que permitem a criação de agentes personalizados, para casos de usos específicos, como o Langchain, além dos projetos brasileiros Langflow e Crew AI, que tornam a criação de sistemas multiagentes mais acessível e prática.
Por exemplo: você pode configurar um agente para buscar informações relevantes e gerar um texto inicial; em seguida, outro agente pode validar os dados coletados, garantindo a precisão das informações; e, por fim, um terceiro pode reescrever o texto, adaptando-o à linguagem e estilo de comunicação da sua empresa, e até utilizando outros conteúdos como referência.
Recentemente, as grandes empresas de IA também entraram nessa disputa. O Google, por exemplo, lançou uma publicação chamada “Agents”, que apresenta o conceito de agentes de IA, indicando melhores práticas e um guia para iniciantes. Além do Google, a OpenAI e a Anthropic também intensificaram seus esforços nesse campo, com seus projetos “Operator” e “Computer Use”, respectivamente. Esses sistemas multiagentes têm a capacidade de controlar navegadores e realizar fluxos completos de ações na internet, sem a necessidade de intervenção humana.
Esse tipo de conceito eleva a utilidade da IA para um nível completamente novo. Por isso, o segmento definitivamente deve ser um dos maiores focos do mercado em 2025.
À medida que avançamos para o futuro, o papel dos agentes de IA tende a crescer ainda mais. Essa tecnologia é uma das provas que estamos transformando a maneira como interagimos com o mundo digital, abrindo novas possibilidades de inovação.
*Fabrício Carraro é Program Manager da Alura, o maior ecossistema de educação em tecnologia do Brasil, e autor publicado sobre IA.
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