Canto das baleias é tão eficiente quanto a fala humana, diz pesquisa
A vocalização das baleias pode ser tão eficiente quanto a comunicação humana, de acordo com um estudo publicado na revista científica Science Advances na quinta-feira (6). Ao todo, foram analisadas sequências de um total de 16 espécies de cetáceos, incluindo golfinhos e baleias.
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O estudo demonstrou que em alguns casos os sons emitidos por esses animais podem ser até mais eficientes do que a fala dos homens. Para medir a fluência do envio e da captação da comunicação, foram usadas como base duas leis linguísticas, chamadas lei de Menzerath e lei de Zipf.
Ambas servem para calcular a eficiência da comunicação. A primeira é mais adequada para descrever a eficácia da comunicação quando palavras ou canções mais longas têm elementos mais curtos, como sílabas e notas. Já a segunda preconiza que a eficiência é maior quando elementos individuais usados frequentemente são mais curtos.
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Investigando o canto das baleias
Ao examinar componentes em 65.511 sequências de cantos de baleias e 51 línguas humanas, vocalizações de 11 de 16 espécies exibiram a lei de Menzerath em um grau igual ou maior do que o visto na fala humana.
Estudo compara o canto das baleias com a voz humana (Imagem de: Pexels/Andrea Holien)
As exceções foram orcas, golfinhos de Hector, golfinhos de Commerson, golfinhos de Heaviside e baleias-francas do Pacífico Norte.
Depois, ao aplicar a segunda lei, foi possível notar que apenas baleias jubarte e azuis se enquadravam nela, e somente as jubarte corresponderam ao mesmo nível observado na fala humana.
Em uma perspectiva sobre esse estudo, publicada em paralelo na Science, Andrew Whiten e Mason Youngblood descrevem que o canto das baleias jubarte e o dos pássaros exibem padrões que seguem essas leis e princípios sem transmitir os significados semânticos que as línguas humanas transmitem. Ou seja, talvez, supõem eles, o mais adequado seja comparar o canto das baleias à música humana.
“O que esses paralelos importantes destacam é que os sistemas de comunicação em espécies distantemente relacionadas podem, no entanto, convergir para estruturas semelhantes, especialmente aquelas que são complexas, culturalmente aprendidas e eficazes”, finalizam eles.
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