Vendas de Data Centers da Intel atingem nível mais baixo dos últimos 13 anos
A Intel viu suas vendas de CPUs para Data Centers atingirem o menor nível em mais de uma década em 2024. A queda mostra um mercado cada vez mais competitivo, dominado pela ascensão da AMD e pela transição das empresas para servidores voltados à inteligência artificial (IA).
Dados do SemiAnalysis apontam que as remessas de CPUs da Intel para Data Centers caíram 20% em relação a 2011 e mais de 80% quando comparadas a 2021.
Em seu relatório financeiro, a empresa confirmou que, apesar do aumento de 12% no preço médio dos processadores, o volume de vendas caiu 10% em 2023. O motivo? A preferência crescente por modelos de alto desempenho, que reduzem a necessidade de múltiplas unidades de CPUs nos servidores.
A ascensão da AMD e a mudança no setor de data centers
A mudança de paradigma no mercado de Data Centers teve grande influência na queda da Intel. Durante a década de 2010, a empresa dominava o segmento, beneficiando-se do crescimento dos serviços em nuvem.
No entanto, a chegada da 4ª geração dos processadores EPYC da AMD, que oferecem até 96 núcleos, proporcionou uma opção mais eficiente para provedores de serviços em nuvem. Pela primeira vez, a AMD superou a Intel em vendas para Data Centers.
O impacto dos servidores de IA
A revolução da IA também contribuiu para a queda nas vendas da Intel. Empresas como a Meta estão construindo infraestruturas massivas, como o Data Center projetado para suportar 1,3 milhão de GPUs voltadas para IA.
Tal mudança reduz a demanda por CPUs tradicionais, favorecendo o uso de processadores especializados em cargas de trabalho de aprendizado de máquina.
O mercado de servidores está passando por uma transformação profunda, com foco crescente na computação acelerada por IA. Empresas que antes investiam pesadamente em processadores tradicionais agora priorizam arquiteturas otimizadas para aprendizado de máquina e processamento paralelo
Intel aposta em novos processadores para reverter queda
Para tentar recuperar terreno, a Intel lançou em 2024 sua linha Xeon 6, que traz opções com até 128 núcleos de alto desempenho ou 144 núcleos de alta eficiência. Apesar disso, as vendas continuam sendo impactadas pela tendência de mercado em direção a soluções otimizadas para IA e cloud computing.
A situação se complica ainda mais com o recente adiamento da linha Clearwater Forest para 2026.
O futuro da Intel no setor de Data Centers agora dependerá de sua capacidade de competir em um mercado que se distancia das soluções tradicionais de computação. Com investimentos massivos como os US$ 80 bilhões da Microsoft em IA para 2025, a empresa precisará inovar para manter sua relevância.
Fonte: Sravan Kundojala (SemiAnalysis)