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Existe algum remédio que faz parar de soluçar?

Tomar um susto está longe de ser uma boa maneira de acabar com uma crise de soluço. Quem busca parar de soluçar pode recorrer a diferentes alternativas, como exercícios de respiração. Se a situação se estender por mais de dois dias ou causar extremo incômodo, é possível, sim, recorrer a alguns remédios.

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Daqui a pouco vamos entender melhor, mas existem diferentes tipos de soluço e as causas são as mais variadas possíveis. Por isso, não existe um único remédio capaz de resolver todos os quadros, o que ressalta a importância da avaliação e da prescrição médica.  

“Caso os sintomas [do soluço] sejam agudos e muito incômodos para o paciente (principalmente se for uma criança ou um idoso), o uso de metoclopramida ou escopolamina pode ser adequado, desde que tenha recomendação médica e acompanhamento do farmacêutico”, explica Camila de Paula Pereira Uzam, farmacêutica e coordenadora do curso de farmácia da Universidade Cidade de S. Paulo (UNICID), para o Canaltech


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3 tipos de soluço

Por incrível que pareça, o soluço é algo muito mais complexo do que aquele barulho típico e o incômodo causado pelos espasmos, com contração involuntária do diafragma. No geral, são três tipos diferentes:

Soluços episódicos: são os soluços mais comuns, que costumam passar em no máximo algumas horas. Também podem ser chamados de agudos ou transitórios;
Soluços persistentes: são aqueles soluços que duram mais de 48 horas, mas menos de um mês; Soluços intratáveis: são aqueles soluços que persistem por mais de um mês, mesmo após tratamentos convencionais.

O que provoca crises de soluço?

Como já adiantamos, as causas do soluço são as mais diferentes possíveis, o que pode envolver efeitos de remédios, alterações no sistema nervoso central ou condições gastrointestinais, por exemplo. 

A seguir, confira uma lista de possíveis origem do que pode provocar os soluços, segundo Thiago Henrique Ferca de Carvalho, médico gastroenterologista e professor do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ):

Condições gastrointestinais: gastrite, distensão gástrica, hérnia de hiato ou cirurgia abdominal;
Alterações no sistema nervoso central: como acidente vascular cerebral (AVC), esclerose múltipla, encefalite, traumatismo craniano ou tumores cerebrais;
Irritação do nervo frênico ou vago: causada por refluxo gastroesofágico, faringite, otite ou tumores mediastinais;
Distúrbios metabólicos: como hipocalcemia, hiponatremia, uremia ou hiperglicemia;
Efeitos adversos de medicamentos: como anestésicos, corticoides ou quimioterápicos;
Outras causas: condições cardíacas, pulmonares e psicológicas, como ansiedade.

Existe remédio para soluço?

Aqui, vale explicar que o uso de medicamentos para parar de solução é indicado apenas em casos nos quais o quadro não passa ou que geram muito incômodo para o indivíduo. Afinal, o soluço mais comum “passa” sozinho.

Especialistas explicam como acabar com soluço e revelam se há remédio para crises de soluço (Imagem: Cookie_studio/Freepik)

“Há medicamentos que podem ser prescritos, dependendo da causa subjacente [do soluço]”, explica o médico Carvalho. A definição do melhor remédio depende de uma análise clínica do paciente, sem uma regra clara.

Entre os possíveis medicamentos, podem ser considerados os relaxantes musculares, como baclofeno, para soluços intratáveis ligados ao sistema nervoso central. Outra possibilidade envolve os antipsicóticos, como o haloperidol em baixas doses, em casos de soluços persistentes. Quando o problema está relacionado com refluxo ou esvaziamento gástrico, é possível pensar em inibidores de bomba de prótons

E o remédio metoclopramida para soluço?

O remédio metoclopramida também pode ser prescrito em alguns casos por médicos, conforme conta a farmacêutica Uzam. Como um agente pró-cinético, “a sua ação consiste em aumentar o esvaziamento gástrico, reduzindo a irritação ou a distensão abdominal, que muitas vezes estão associadas ao soluço”, explica.

Como acabar com soluço?

Apesar de existirem alguns remédios para o soluço, alguns exercícios podem ser úteis para aliviar o problema, incluindo a estimulação do nervo vago e do diafragma. A seguir, confira algumas destas estratégias:

Prender a respiração por 5 a 10 segundos e depois expirar lentamente; Fazer a manobra de Valsalva, que consiste em tampar o nariz, fechar a boca e tentar expirar com força, como se fosse “assoprar” com o nariz fechado; Beber ou gargarejar com água bem gelada; Puxar a língua suavemente para frente; Sentar e trazer os joelhos em direção ao peito (ou inclinar-se para frente para comprimir o tórax), mantendo a posição por cerca de 1 minuto.

“Embora essas manobras não tenham sido comprovadas por estudos rigorosos, relatos de casos mostram que elas podem funcionar, além de serem fáceis de realizar e com baixo risco de complicações (exceto se houver alguma contraindicação, como cirurgia recente em órgãos próximos ao local da manobra”, lembra o médico Carvalho. Além disso, alguns dispositivos prometem ajudar também, como o canudinho HiccAway.

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