Queima de restos de madeira piora qualidade do ar na Amazônia
A combustão de detritos lenhosos é a principal causa da piora da qualidade do ar em períodos de incêndios na Amazônia e no Cerrado, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (27) pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
Os cientistas analisaram dados coletados por satélites na temporada de queimadas nos dois biomas no ano de 2020. Todos os detalhes foram considerados: tipos de combustível, condições de umidade e comportamento de queima.
Ao analisarem os resultados, os cientistas descobriram que os restos de madeira representam 75% do total de biomassa viva e morta queimada. Isso contribuiu para emissões desproporcionalmente altas de poluentes atmosféricos, de acordo com o artigo.
Na prática, os incêndios florestais na Amazônia consumiram cerca de 372 milhões de toneladas de biomassa seca naquele ano, resultando na emissão de 40 milhões de toneladas de monóxido de carbono.
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Na avaliação da ESA, a descoberta é crucial para compreender as características das emissões de incêndios, auxiliando pesquisas sobre os ciclos globais de carbono, qualidade do ar e biodiversidade;
“Demonstramos como a queima de madeira morta, especialmente em áreas de florestas tropicais, resulta em combustão latente que produz significativamente mais monóxido de carbono do que incêndios em ecossistemas de savana. Esse entendimento é crucial para melhorar os inventários de emissões de incêndios e os modelos climáticos globais”, disse Matthias Forkel, da TUD e principal autor do artigo;
O estudo faz parte do projeto internacional Sense4Fire, liderado pela Universidade de Tecnologia de Dresden (TUD) (Alemanha) em colaboração com o Instituto Meteorológico Real da Holanda (KNMI), BeZero Ltd. e outros institutos;
“As descobertas destacam o impacto significativo dos detritos lenhosos na intensificação das emissões de incêndios e, portanto, da poluição do ar em áreas propensas a incêndios, como a floresta amazônica e as savanas do Cerrado, onde o desmatamento e os incêndios causados pelo homem estão se tornando mais frequentes”, afirmou Stephen Plummer, cientista de aplicações de observação da Terra da ESA.
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