Dynasty Warriors Origins traz a série de volta após quase uma década

Dynasty Warriors Origins finalmente está entre nós! E, devo dizer, mais uma vez a Koei Tecmo fez jus ao seu legado.

O novo título de uma das franquias musou mais consagradas do mundo nos agracia como uma nova história, empolgante e nos moldes que todo fã de pancadaria hack and slash de massa gosta. 

Recebemos uma cópia do jogo da Koei Tecmo, e abaixo, compartilho com vocês os meus pensamentos sobre o Dynasty Warriors Origins.

Dynasty Warriors Origins para novos e velhos fãs

A franquia Dynasty Warriors está próxima de completar três décadas de existência. Criada e desenvolvida pela Omega Force, a série é baseada no livro “Romance dos Três Reinos”, que data de séculos atrás e conta a história do fim da dinastia Han e como a China foi dividida em três reinos distintos.

Com jogos lançados para diversas plataformas ao longo dos anos, Dynasty Warriors chega ao seu décimo título, mais um vez recontando a história do Romance dos Três Reinos através de sua jogabilidade, com novos elementos de mecânicas inseridos em Origins e muitos retrabalhados e atualizados de títulos anteriores da franquia.

Para quem nunca experimentou um jogo da série – assim como eu -, Dynasty Warriors Origins é uma porta de entrada perfeita para mergulhar no universo criado pela Omega Force. Com títulos numerados, do um ao nove, além de diversos spin-offs, Dynasty Warriors chega a 2025 com um jogo que pretende contemplar fãs de longa data e atrair novos jogadores através de Origins. E a tarefa parece ter sido bem executada.

A origem da dinastia dos guerreiros

Abaixo está é uma breve introdução a história de Dynasty Warriors Origins:

“A história se passa 150 anos após a fundação da Dinastia Han Oriental. Secas severas e clima anormal causaram fomes devastadoras.

As pessoas estão morrendo de fome, comendo raízes e cascas de árvores, perdendo suas vidas desamparadamente. No entanto, em vez de ajudá-los, os governantes não apenas deixam de estender a mão, mas também impõem impostos pesados, cometem repetidamente desfalques e infligem sofrimento ao povo.

O protagonista, que perdeu suas memórias, chega a uma vila desolada durante suas viagens. Lá, ele encontra um “Homem de Cabelos Longos”, que ajuda as pessoas com seus companheiros, e um “Herói Barbudo” que se opõe aos oficiais opressores.

Na tentativa de salvar uma criança, o protagonista une forças com eles para lutar contra as tropas dos oficiais. Quando o novo ano começa, ocorre uma mudança significativa.

O Caminho da Grande Paz, que ganhou imenso apoio ao ajudar as pessoas sofredoras, se volta contra a Dinastia Han.

Eles adotam o tecido amarelo como um símbolo de sua unidade e são doravante conhecidos como os “Turbantes Amarelos” – um movimento mais tarde chamado de “Rebelião dos Turbantes Amarelos”.”

Entre as batalhas campais, que são o cerne do jogo, se desenrola uma forte articulação política entre nobres, generais, governantes e a rebelião. No meio de tudo isso, temos o povo, que sofre pelas mãos de todos os atores deste cenário de guerra.

Nosso protagonista, uma grande força em combate, é desejado por todos os lados deste conflito, que tentam constantemente conquistá-lo para que lute ao seu lado. Ele não se lembra de seu passado e vaga em busca de um sentido para sua vida; para dar sentido a todo o poder que carrega e saber pelo o que lutar.

Como uma história baseada em fatos, Dynasty Warriors, é claro, carrega muito de fantasia no que revela ao jogador. Ainda assim, com certa fidelidade aos acontecimentos históricos, é possível absorver muito dessa época de conflitos da China. Com exceção do protagonista, a maioria dos personagens representados no jogo são reais, assim como as batalhas que travamos e as tramas das quais participamos.

Koei Tecmo/Divulgação

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Koei Tecmo/Divulgação

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Ou seja: para além de toda a parte de combate insano contra milhares de soldados, temos uma história que pode ser apreciada a cada nova etapa, que não só conduz o jogo muito bem, mas também pode despertar o interesse pela história da China e sua cultura. E nem preciso dizer que o desenrolar de tudo isso, e as decisões que o jogador precisa tomar, são fatores que aumentam ainda mais a imersão nesse mergulho na história chinesa.

Um contra milhares

Quando via jogos do subgênero musou, acreditava que eram de fácil assimilação, tal qual um hack and slash. Ledo engano. Embora o esmagar botões em combos alucinantes esteja sim presente em Dynasty Warriors Origins, existe ali uma complexibilidade que ainda não havia experimentado em jogos que se aproximam da proposta, e que me encantou demais.

Acredite, existe uma longa lista da qual podemos falar quando se trata da jogabilidade de Dynasty Warriors Origins. Se você colocar aqui cada minúcia deste jogo, vocês teriam um texto gigantesco. Então, irei resumir boa parte e focar no que mais chama a atenção.

Koei Tecmo/Divulgação

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E já tirando o gosto ruim da minha boca, devo dizer que a câmera é o que menos gostei – bem chatinha. Embora possamos travar/focar nossos ataques em apenas um personagem – os generais, no caso -, ainda assim estamos num campo de batalha com milhares de inimigos nos atacando o tempo todo. Não é algo tão negativo que fará com que você pare de jogar; e, de certa maneira, pensando numa simulação de combate em massa, essa incerteza e imprecisão gerada pela confusão do posicionamento da câmera pode até ser justificável. Ainda assim, é um dos pontos que me deixa com raiva, às vezes – imagina, você está no meio de um combo, lidando com vários inimigos à sua frente e de fora do seu campo de visão, vem uma investida que acaba com você. Frustrante, né?

Agora vamos aos pontos que são destaque em Dynasty Warriors Origins:

Sistema de batalhas

Aqui é guerra! Dynasty Warriors é o maior representante de batalhas em larga escala com combate hack and slash, mas isso não significa que apenas as conquistas do seu personagem contam. É preciso ficar de olho em suas tropas, nas estratégias traçadas e em NPCs que são pontos chaves para o progresso.

Koei Tecmo/Divulgação

Koei Tecmo/Divulgação

Após traçar quais serão os objetivos na mesa de estratégia com seus aliados, durante os embates os jogadores devem ficar de olho nos seguintes marcadores:

Moral: com uma barra em exibição na tela que vai de “dominado” numa ponta até “dominando” no outro extremo, ela demonstra qual tropa está ganhando a batalha. Embora o objetivo quase sempre seja derrotar um general que lidera as tropas, a barra de moral ajuda as tropas a ter mais força e os inimigos a temerem;

Áreas de batalha: com um mapa bem definido para cada batalha é traçado como suas tropas devem avançar. Esse planejamento é realizado antes das batalhas. Dependendo do tamanho do mapa, ele terá áreas de batalha demarcadas como ‘A, B, C, D’ ou até mais. Através da cor azul, sabemos que nossa tropa dominou uma área e da vermelha que ela ainda pertence ao inimigo. Com a conquista de cada um das áreas, suas tropas avançam e a vitória está mais próxima.

Outras táticas: Com o avanço do jogo, novas táticas são apresentadas, como: investidas em grupo; grandes táticas, onde os NPCs se organizam para um objetivo específico, como atacar grandes grupos ou reduzir as forças de alguma estratégia organizada do inimigo; emboscadas, que se derem certo, ajudam na moral da tropa.

Heroi sem nome

Nosso heroi sem nome possui ataques usuais para jogos hack and slash: ataques normais, ataques fortes e especiais, aqui chamados de Battle Arts. Como sempre, os combos surgem de uma vasta combinação de botões, nada complexo, apenas apertar múltiplas vezes e combinar na hora certa- além disso temos as tradicionais variações aéreas. Podemos contar também com parry, evasão e bloqueio simples.

Contamos com um vasto arsenal de armas, e cada uma delas possui níveis que evoluem conforme você as utiliza em batalhas, liberando novos golpes e combos. Nosso personagem também com gemas, que podem ser confeccionadas para gerar aumento de atributos e acessórios que recebemos como espólio, com a mesma finalidade das gemas.

Adicione a isso a possibilidade de ter um companion, que seria algum oficial com o qual você poderá contar na batalha, realizando trocas.

Nosso personagem ainda conta com o Skill Panel, que serve como sua progressão de habilidades. Ali você evolui e ganha mais poder, vida e evolução de atributos. Conforme você avança desbloqueia novas árvores de habilidades que lhe rendem acréscimos nos atributos e até novas ações.

Entre uma batalha e outra, podemos passear pelo mapa e procurar mais lutas menores, coletar itens, treinar novas habilidades, além de atender a NPCs. Dynasty Warriors Origins é basicamente dividido em: cutscenes, que nos mostram as interações entre personagens e dão andamento a história; mapa do mundo, onde acessamos as missões, coletamos itens, conversamos com alguns personagens e compramos itens; batalhas, que são o cerne do jogo e ocupam a maior parte da jogatina.

Koei Tecmo/Divulgação

Koei Tecmo/Divulgação

Vale encarar essa batalha?

São muitos pontos que podem ser exaltados em Dynasty Warriors Origins, mas o alinhamento entre pancadaria desenfreada contra milhares de inimigos e conteúdo histórico cultural é o ponto alto.

Nunca pensei que fosse curtir um jogo do gênero, mas as horas de jogatina abatendo esse amontoado de inimigos e combando é bem satisfatório. Embora não haja uma variação tão grande nas batalhas, o que pode se tornar meio repetitivo. Mas a somatória acaba sendo positiva.

Não posso afirmar nada em relação a franquia como um todo, se é ou não o melhor jogo da série, mas prendeu minha atenção e acho uma ótima recepção para novos jogadores.

No geral o balanço é positivo e após quase uma década sem um novo Dynasty Warriors, pode ser que alguns fãs esperem um algo a mais em relação aos anteriores. Não vejo aqui nenhum revolução para a série, mas sim um novo ponto de partida, tentando se reaproximar das origens da franquia e ao mesmo tempo mostrar que Dynasty Warriors Origins pode ser um novo respiro para aqueles que gostam do gênero.

Dynasty Warriors Origins está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC via Steam.

Jogamos Dynasty Warriors Origins no PC via Steam com um código fornecido pela Masamune.