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Review: Dynasty Warriors Origins é musou de primeira

Apesar de a atual geração de consoles ter sido lançada lá em 2020, dá para contar nos dedos das mãos quantos jogos tiraram proveito do poder de hardware desses aparelhos e só conseguiriam rodar nas máquinas mais modernas. Felizmente, o novo Dynasty Warriors Origins é um deles.

Desde que os videogames são videogames, sempre houve algo inerentemente deslumbrante na ideia de colocar centenas de personagens em tela ao mesmo tempo, e o gênero musou foi um dos que mais se beneficiou dos avanços de hardware. Desta vez, a Koei Tecmo não brincou em serviço e nos trouxe um dos jogos mais deslumbrantes já vistos em termos de fluidez e performance.

Se você curte jogos de ação mas nunca experimentou um musou antes, talvez essa seja inclusive uma boa porta de entrada e um grato sopro de ar fresco nessa indústria cada vez mais lotada de jogos inspirados no gênero soulslike, o que não poderia estar mais distante da premissa de Dynasty Warriros Origins.

Esse é um jogo consegue trazer um desafio gratificante mantendo a pegada característica dessa longeva franquia, que tradicionalmente puxa um bocado de hack and slash para cima dos seus milhares de inimigos. Familiaridade e inovação se misturam nesse que é um dos primeiros grandes jogos de 2025. Saiba tudo sobre ele no review completo a seguir!

Imagem: Koei Tecmo

Dynasty Warriors Origins renova os musou

Como de praxe na série, a história de Dynasty Warriors Origins continua sendo inspirada no livro Romance dos Três Reinos, um dos maiores clássicos da literatura mundial. Por mais extensa que seja a leitura da obra original, até nisso o jogo é amigável, já que ele é mais focado na primeira metade da narrativa. Daí o nome de “Origins” (origens).

Se a narrativa é amigável aos novatos, o mesmo pode-se dizer sobre os sistemas de jogo e loop de gameplay. Há tutoriais abundantes tanto sobre os mecânicas de ação como sobre as pitadas de RPG que você precisa lidar aqui e ali nos menus entre as fases (eu só gostaria que a fonte das letras fosse um pouco maior. Mesmo ajustando os menus, eu me sentia fazendo um exame de vista enquanto jogava em diversos monitores e configurações).

O foco maior do jogo ainda é andar por mapas fechados encarando exércitos de milhares de soldados usando um herói poderoso capaz de varrer dezenas deles de uma só vez com golpes super poderosos e com vasto dano em área, mas aqui há um pouco mais de variedade para evitar cair na repetição que atormenta tantos jogos do mesmo estilo.

Imagem: Koei Tecmo

Há alguns poucos inimigos mais fortes que você precisa derrotar em embates mais empolgantes e táticos, e às vezes até a perspectiva e tom mudam para destacar as suas lutas no 1×1. Também há a chance de controlar heróis lendários aqui e ali, o que faz você se sentir bastante poderoso, como se fosse um Deus marchando pelos campos de guerra. Somando isso com as variações de cenários e objetivos, você tem em Dynasty Warriors Origins um dos musou com maior variedade já lançados.

Um pouquinho de RPG não faz mal a ninguém

Conforme você avança pelas fases e supera os desafios de Dynasty Warriors Origins, ganha também pontos de habilidade para espalhar como bem entender entre os 9 estilos de combate com diferentes armas. As dinâmicas e combos delas são distintas o suficiente a ponto de divertir durante o processo de experimentação, e vale a pena equipar um pouco de tudo até entender o que encaixa melhor no seu estilo de jogo.

Entre as fases de ação você também passeia por um mapa que é estruturalmente muito similar aos antigos overworlds de JRPGs das gerações 16 e 32 bits, mas agora com gráficos de ponta. Particularmente eu não gosto muito desses trechos e acho que eles, ainda que tragam variedade, também atrapalham o ritmo da aventura. Ainda assim, acaba sendo uma forma charmosa de escolher o que você jogará a seguir livremente, além de permitir encontrar alguns segredos e missões paralelas pelo caminho.

Imagem: Koei Tecmo

Ficar comprando novas armas e investindo em pontos de atributos não é exatamente o tipo de coisa que mais me diverte, ainda mais por consumir um tempo valioso entre as missões, mas é bom que a opção exista, assim como a sua base de operações para relaxar um pouco. O que eu realmente senti falta foi a possibilidade de customizar mais o protagonista visualmente.

Ao menos, contrário ao que os primeiros trailers tinham dado a entender, achei a direção de arte de Dynasty Warriors Origins bastante feliz na sua escolha de cores. Inicialmente o jogo tinha me parecido muito cinzento e com um a palheta desbotada e sem vida, mais ou menos na linha dos filmes da Marvel, mas jogando logo fica evidente que há cores e carisma em abundância para temperar o mundo do jogo.

Vale a pena jogar Dynasty Warriors Origins?

Apesar de os diálogos não serem lá muito empolgantes e a história acabar se tornando repetitiva aqui e ali, os clichês de ação são bem feitos e aplicados com sabedoria de forma que é fácil se empolgar ao ver os heróis em ação, ainda mais levando em conta a forma como os efeitos sonoros de Dynasty Warriors Origins foram muito bem implementados no combate. O aúdio aqui é espetacular!

Por mais que eu não ligue muito para o desempenho técnico dos jogos, é preciso tirar o chapéu para a otimização exemplar que o time da desenvolvedora Omega Force alcançou. Mesmo jogando no PS5 base e priorizando a qualidade gráfica em detrimento de performance, joguei com FPS estáveis e sem quaisquer engasgos mesmo quando a tela estava lotada de inimigos e com muitos efeitos de iluminação em ação.

Imagem: Koei Tecmo

Quem jogar Dynasty Warriors Origins no PS5 Pro ou PC ainda pode levar a performance adiante renderizando o jogo em 4K nativo, além de escolher subir os FPS para até 120. Ter centenas de personagens na tela a 120 FPS não é pouca coisa, e o feito, por si só, é digno de ser celebrado, estabelecendo um novo paradigma de qualidade para os musou.

Com tudo isso, Dynasty Warriors Origins consegue ser maior do que os seus pequenos problemas estruturais e de ritmo. É um musou muito bem feito e com cara de nova geração, oferecendo um grato recomeço para uma das franquias mais prolíficas dos videogames. Se você é fã de jogos de ação e busca algo fora da mesmisse que impera no mainstream, vale muito a pena experimentar.

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