COP29: com atraso, países chegam a acordo para financiar combate às mudanças climáticas
Neste sábado (23), um dia após o esperado, as nações participantes da 29ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (COP29) chegaram a um acordo acerca do valor a ser financiado para combater o aquecimento global.
Dessa forma, o texto final do evento, que foi realizado em Baku (Azerbaijão), finalmente está pronto. O financiamento climático era um dos pontos centrais da COP29.
Os países em desenvolvimento pediam um valor na casa dos trilhões de dólares, mas as nações ricas fecharam acordo de US$ 300 bilhões (R$ 1,74 trilhão, na conversão direta) anuais. Apesar de ser abaixo do esperado, as cifras são superiores às apresentadas nesta sexta-feira (22) (US$ 250 bilhões – 1,45 trilhão) e continuou sem agradar nações emergentes.
Texto do financiamento sobre COP29 atrasou um dia
Era esperado que a COP29 terminasse nesta sexta-feira (22), mas foi prorrogada por falta de acordo;
Os negociadores de quase 200 países participantes brigavam para chegar a um denominador comum sobre o financiamento necessário para combater as mudanças climáticas;
Conforme o g1, durante a reunião, os ânimos se exaltaram, com delegações de pequenos estados insulares e países em desenvolvimento abandonando-a para protestar;
“Consideramos que não fomos ouvidos”, afirmou Cedric Schuster, enviado de Samoa em nome da aliança dos pequenos Estados insulares (Aosis);
E, de acordo com o The Guardian, a Arábia Saudita fez alterações diretas em texto oficial da negociação que “incentiva as partes a considerarem caminhos de transição justos no desenvolvimento e implementação de NDCs, NAPs e LT-LEDSs”.
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Quais outras questões foram acertadas na conferência?
A COP29 teve outras questões importantes concluídas, como fechar a redação do artigo 6º, que trata do mercado global de carbono (leia sobre no fim da matéria), algo alcançado logo em seu início. Ele prevê levar recursos para países e empresas que emitem menos gases de efeito estufa (o Brasil avançou com o projeto nacional no Senado).
Por sua vez, o Brasil apresentou a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), visando reduzir a temperatura da Terra em até 1,5 °C. O governo se comprometeu a reduzir suas emissões líquidas de gases estufa entre 59% e 67% até 2035, níveis similares aos de 2005.
Cálculos oficiais do Brasil apontam que essa redução equivaleria a alcançar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente. Mas algumas Organizações Não Governamentais (ONGs) criticaram o projeto, pois entendem que o País poderia ser mais ambicioso.
O secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, afirma que a NDC brasileira implica em limites de emissões entre 792 milhões e 984 milhões de toneladas de CO₂ equivalente.
Ao Metrópoles, Astrini disse que “[os números] estão desalinhados com a contribuição justa do Brasil para a estabilização do aquecimento global em 1,5 °C. Também estão desalinhados com os compromissos já adotados pelo governo e com a promessa do Presidente da República de zerar o desmatamento no País”.
E o mercado de carbono?
O mercado global de carbono foi estabelecido da seguinte maneira: a partir da plantação de árvores, construção de parques eólicos em países menos desenvolvidos, são criados créditos de carbono.
Esses países recebem crédito a cada tonelada métrica de emissões diminuídas ou removidas da atmosfera terrestre. Outros países e até empresas podem comprar os créditos para alcançar os mesmos objetivos.
E a COP30?
A COP30 terá um “sabor” especial, pois será realizada no Brasil, em Belém (PA). A edição brasileira deve herdar muitas discussões complexas que a COP29 não conseguiu alcançar. Saiba mais aqui.
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