Análise | Is This Game Trying to Kill Me?
Se você já acordou um dia e pensou: “Caramba, será que eu sobreviveria a um videogame que parece um reality show onde o objetivo principal é me destruir?”, então você definitivamente deveria jogar “Is This Game Trying to Kill Me?”. E se nunca pensou nisso, bom, o jogo vai te forçar a pensar. Lançado no Steam, essa pequena maravilha do caos me lembrou uma mistura caótica de The Binding of Isaac com Dark Souls, mas sem a gentileza de explicar como sobreviver ou sequer a ilusão de que você vai durar muito.
História: Porque Tudo Precisa Ter um Enredo, Né?
A trama? Simples e insana. Você, o “sortudo” protagonista, acorda preso em uma série de arenas mortais controladas por um apresentador sádico e uma audiência digital que parece tirar prazer das suas desgraças. Imagine se Portal e Jogos Mortais resolvessem ter um bebê. É exatamente isso, só que com mais sarcasmo e um pouco menos de Cubos Companheiros.
Logo no início, eu percebi que o jogo não estava brincando. Antes mesmo de entender o que estava acontecendo, meu personagem foi esmagado por uma bola gigante que parecia saída diretamente de Indiana Jones. A ironia aqui é que o apresentador do jogo ainda debocha das suas tentativas patéticas de sobreviver. É como se GLaDOS tivesse se juntado ao Jigsaw para dar um toque mais pessoal na humilhação.
Jogabilidade: Trial and Error (Com Ênfase no Erro)
Is This Game Trying to Kill Me? é um jogo de plataforma e sobrevivência em tempo real que exige reflexos rápidos, um coração forte e, provavelmente, um terapeuta para lidar com os traumas posteriores. Cada arena é um quebra-cabeça mortal, cheio de armadilhas, desafios e uma variedade absurda de formas de morrer. Digo isso porque, honestamente, o jogo parece gostar mais de te matar do que você gosta de jogar.
A mecânica principal envolve navegar por arenas cheias de obstáculos enquanto coleta “Glitches” – pequenos fragmentos brilhantes que servem tanto como moeda quanto como objetivos de progressão. Mas calma lá: os Glitches são muitas vezes posicionados nos locais mais perigosos possíveis, como plataformas instáveis cercadas de espinhos ou embaixo de lasers que se movem com a precisão de um gato caçando um laser.
O controle é responsivo, mas tem um pequeno delay que te faz questionar se o desenvolvedor fez isso de propósito para te ferrar. É tipo aquele amigo que sempre te convida pra algo, mas no final você percebe que foi uma armadilha. Tudo aqui é projetado para frustrar, mas de um jeito que te faz rir (e chorar).
Visual e Estilo: Minimalismo com Charme Mortal
O visual do jogo é bem minimalista, lembrando títulos como Super Meat Boy e Geometry Dash, mas com um toque mais cínico. As cores vibrantes enganam, sugerindo algo fofo e amigável, enquanto o cenário é repleto de elementos que gritam “você vai morrer aqui”. O contraste entre a estética fofinha e o gameplay mortal é hilário, porque você nunca sabe se deve rir da fofura ou chorar pela frustração. O jogo tem um cenarinho 3D manjado, em que você clica num computador like a 8 bits (MSX manda demais), e você ‘entra’ no computador e começa a literalmente jogar num mundo 2D. Morreu lá, morreu aqui também (no 3D). É bem interessante.
Os níveis são dinâmicos e parecem estar vivos. Um momento você está navegando por plataformas que se movem gentilmente, e no outro, lasers aparecem do nada como se o próprio jogo estivesse dizendo: “Achou que tava fácil? Pega essa aqui!”.
Comparações Necessárias: Entre a Glória e o Desespero
Se Cuphead te ensinou a paciência com chefões absurdos e Getting Over It te fez duvidar das suas habilidades motoras, Is This Game Trying to Kill Me? combina esses dois sentimentos com um narrador sarcástico que parece estar apostando contra você. É como se a audiência de The Truman Show fosse mais sádica, torcendo pelo fracasso total do protagonista.
Também não posso deixar de mencionar que, assim como em Among Us, você começa a desconfiar de tudo e todos. Só que, neste caso, o “suspeito” é literalmente o próprio jogo. Até a plataforma aparentemente segura pode desabar de repente, porque claro, por que não?
Áudio: A trilha sonora do pânico
A música é cativante de uma maneira estranha, mas repetitiva, o que só aumenta a tensão. É aquele tipo de trilha sonora que parece gritar: “Corra, seu tolo, antes que seja tarde demais!”. E não vamos esquecer do narrador. Ah, o narrador… Ele é basicamente uma versão mais sarcástica do Wheatley, de Portal 2, mas sem nenhuma simpatia. Suas piadas cortantes e comentários ácidos são o que realmente dá vida ao jogo – e faz você querer jogá-lo só para provar que pode sobreviver ao escárnio.
Dificuldade: Um Teste de Paciência com Pitadas de Sadismo
A dificuldade aqui não é um “aprenda com seus erros”, é mais um “aceite que você vai falhar miseravelmente e continue tentando”. Para os masoquistas de plantão, isso é um prato cheio. Para quem gosta de relaxar com um joguinho leve, sinto muito: este jogo vai mastigar seus sonhos de vitória e cuspir na sua cara.
Curiosidade: Um Pedaço de Inferno Digital
Pesquisando sobre o jogo, descobri que ele foi inspirado por reality shows distópicos e programas de sobrevivência como Takeshi’s Castle. A diferença? No Takeshi’s, você só machucava o ego. Aqui, você machuca a alma. Muitos jogadores nas análises do Steam mencionam que a mecânica de “aprenda com a dor” é o que os faz voltar, então talvez haja algo de terapêutico nesse ciclo de morte e redenção.
Prós:
Narrador sarcástico que rouba a cena
Mecânicas de plataforma desafiadoras e bem feitas
Ótima combinação de humor ácido e frustração deliciosa
Design minimalista, mas muito funcional
Contras:
Pode ser frustrante para jogadores casuais
Trilha sonora repetitiva em níveis mais longos
Algumas mortes parecem inevitáveis e pouco justas
Nota Final: 8/10
Sim, porque cada morte é uma lição, e cada lição é uma pequena vitória contra o sistema sádico que é Is This Game Trying to Kill Me?. É frustrante, mas hilário, punitivo, mas viciante. Se você gosta de desafios que testam seus reflexos, sua paciência e talvez até seu compromisso com a sanidade, este é o jogo para você.
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