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Um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar? Ciência explica

Raios nunca caem no mesmo lugar. Você provavelmente já deve ter ouvido esta frase em algum momento da sua vida. Mas seria essa apenas uma lenda? Ou será que há embasamento científico por trás desta afirmação?

A ciência tem uma resposta para esta pergunta. E ela é bem clara. Em algumas áreas, podem cair não apenas dois, mas vários raios no mesmo local. A prova disso é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o monumento é atingido por seis raios por ano, em média.

Possível explicação para a afirmação

Segundo os cientistas, o que provavelmente motivou a frase é a probabilidade muito baixa de uma pessoa ser atingida por um raio.

Em termos estatísticos, esta chance disso acontecer é menor do que um para um milhão.

No entanto, se você estiver em uma área descampada durante uma tempestade forte, a probabilidade aumenta para um para mil.

Isso acontece porque o corpo humano acaba se transformando em para-raios nesses cenários.

Lembrando que os riscos de ser atingido por um raio são mortais.

Além de sérias queimaduras, a corrente elétrica pode provocar parada cardíaca e respiratória.

Raios podem cair no mesmo local diversas vezes, diz a ciência (Imagem: Vasin Lee/Shutterstock)

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Mudanças climáticas aumentam incidência de raios

De fato, como mencionado, anteriormente, é possível sim que um raio caia no mesmo lugar mais de uma vez. E estas chances estão cada vez maiores. A ocorrência de raios no Brasil, por exemplo, é de 50 milhões por ano, o que faz do país o recordista mundial no quesito. A cada 50 mortes por esta causa no mundo, uma ocorre em território brasileiro.

A explicação para isso é geográfica. O Brasil é o maior país da chamada zona tropical do planeta, área central onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades. E como está ficando mais quente, aumentam as chances de raios.

Brasil é recordista mundial em descargas elétricas (Imagem: Cristi Mitu/Shutterstock)

Em Manaus, por exemplo, a incidência de descargas atmosféricas aumentou em 50% nos últimos 30 anos. Este crescimento coincide com a urbanização da capital amazonense e com a elevação de 3ºC da temperatura da cidade.

As mudanças climáticas também tendem a piorar o cenário, à medida que faz aumentar a presença de vapor d’água na atmosfera. Um estudo publicado na revista Science apontou que a ocorrência de relâmpagos em todo o mundo vai aumentar em 50% até 2100.

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