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Adeus, insônia? Estudo sugere tempo e dosagem ideal da melatonina

Uma rotina estressante, depressão, ansiedade, distúrbios hormonais, alimentação sem equilíbrio, barulhos muito altos, ingestão de muito café ou álcool, vício em séries ou games, jet lag… Você pode ter dificuldades em dormir por qualquer um desses motivos.

Segundo a Associação Brasileira do Sono, cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem ou já sofreram com insônia, que pode ser aguda ou crônica. Em muitos casos, mudanças no estilo de vida podem ser suficientes para tratar a doença. Em outros, porém, é preciso entrar com algum medicamento.

Você já deve ter ouvido falar no Zolpidem ou no Rivotril. A substância mais popular hoje, no entanto, é um hormônio produzido pelo nosso próprio corpo. A melatonina teve a venda liberada aqui no país em 2021 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Apesar dela aparecer como um suplemento alimentar e não precisar de prescrição médica, os especialistas não recomendam o uso indiscriminado. A ideia é que você consulte um profissional antes de tomá-la – ou tomar qualquer um desses medicamentos.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostrou que mais de 70% dos brasileiros têm ou já tiveram problemas com o sono – Imagem: rookie idea/Shutterstock

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Um estudo quase definitivo sobre a melatonina

Estudos científicos antigos já apontaram para a eficácia da melatonina.

Nenhum deles, porém, deixava claro qual a dosagem ideal e a hora que você deve tomar o hormônio antes de dormir.

Para tentar chegar a uma conclusão, pesquisadores de diferentes países acabam de fazer uma análise completa de todos os artigos sobre o assunto em mais de 20 anos.

Os cientistas analisaram um total de 1.689 observações de estudos conduzidos entre os anos de 1987 e 2020.

E eles concluíram que tomar 4 mg de melatonina três horas antes de dormir maximizou os efeitos indutores do sono.

Isso, segundo eles, é diferente das recomendações clínicas atuais de tomar 2 mg 30 minutos antes do horário de dormir.

Agora, apesar dessa média calculada, os pesquisadores deixam claro que as pessoas devem consultar um médico antes de sair por aí comprando o remédio.

Até porque os organismos são diferentes e, como já disse, muitos casos podem ser resolvidos com uma mudança de hábitos.

Você pode ler o estudo na íntegra no periódico Journal of Pineal Research.

A produção da melatonina ocorre na glândula pineal, uma estrutura que fica bem no centro do nosso cérebro. Imagem: gerada por inteligência artificial (Dall-E)/Nayra Teles

Um pouco mais sobre a melatonina

A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, uma estrutura que fica bem no centro do nosso cérebro. A escuridão faz com que essa glândula comece a produzir melatonina, enquanto a luz faz com que essa produção pare.

A substância começa a se acumular em nossos sistemas logo após o pôr do sol, atinge o pico próximo ao amanhecer e diminui durante as horas do dia.

À medida que a melatonina inunda nosso cérebro, ela cria uma sensação de relaxamento, pois atua em receptores que começam a nos preparar para uma boa noite de sono. Mas produzimos apenas quantidades minúsculas do hormônio, o que levou as pessoas a procurarem os suplementos de farmácia.

Agora, existem algumas medidas que ajudam a melhorar a produção natural do próprio corpo. Os médicos recomendam que você se exponha à luz solar durante o dia e que evite telas iluminadas (principalmente as azuis) antes de dormir. Estamos falando de celulares, tablets e computadores.

Na outra ponta, existem também alguns fatores que podem interferir e até bloquear a produção da melatonina: essa luz artificial durante a noite, os remédios tomados de forma irresponsável e a idade, pois a produção de melatonina cai com o passar dos anos.

As informações são do New Atlas.

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