“Sairemos mais fortes do review bomb”, diz diretor de Life is Strange
Não há dúvidas de que Life is Strange possui um dos fandoms mais apaixonados e engajados dos videogames, com suas histórias e personagens marcando os corações das pessoas há uma década.
Não é surpresa, então, que o lançamento de Life is Strange Double Exposure tenha atraído respostas intensas tanto da crítica como dos jogadores. Aqui no site, por exemplo, a nossa redatora Thais Bassani adorou a experiência e foi arrebatada pela narrativa em seu review, mas nem todo mundo curtiu tanto assim o retorno da protagonista Max Caulfield.
A convite da Square Enix, tivemos uma entrevista exclusiva com o pessoal do estúdio Deck Nine, mais especificamente com Jonathan Stauder, diretor do game, Felice Kuan, diretora de narrativa, e com a atriz Hannah Telle, a voz da Max. Extremamente gentis e solícitos, eles conversaram com a gente exatamente sobre essa polarização e os desafios de trabalhar em um jogo tão aguardado por muita gente. Confira a seguir!
Life is Strange Double Exposure e o peso de um legado
“Como já faz 10 anos desde o lançamento do primeiro jogo, agora temos diversos perfis experimentando Life is Strange Double Exposure”, ponderou Felice Kuan. “Vai ter gente que ama os personagens e sabe tudo de cor, gente que não liga e está chegando agora, então são muitas reações e interesses diferentes para conciliar.”
O time, claro, não se deixou intimidar pelo desafio e nem pela responsabilidade de seguir trabalhando em uma narrativa que nasceu em outro estúdio, o DontNod. “A gente tem experiência com isso, não é de todo incomum no entretenimento. Eu já trabalhei com o Batman, por exemplo”, disse Jonathan. “A Max é uma personagem que vai viver muito mais que nós todos, e essa é apenas a nossa contribuição para a sua história.”
E, claro, não dá para falar em Max sem levar em conta a grande atuação da Hannah, visivelmente orgulhosa de retornar ao papel. “Poder interpretar uma versão mais velha da Max também fez com que eu me visse com uma nova luz”, disse. “Foi um privilégio acompanhar a sua jornada desde uma menina tímida e insegura até se tornar uma mulher forte e capaz depois de passar por tanta coisa. É muito gratificante testemunhar esse processo, porque ela me ajudou a amadurecer também.”
Empatia em um mundo polarizado
Provavelmente você já deve ter esbarrado com uma ou outra decisão da nova narrativa que acabou desagradando bastante uma parcela dos fãs. Entraremos em pequenos spoilers de informações públicas a segur, mas fica o alerta mesmo assim. Por exemplo, é sabido que mesmo tendo foco na Max, o papel da Chloe nessa jornada é mínimo.
Mesmo sem estar lá fisicamente, a Chloe é uma presença constante que pode ser sentida o tempo todo ao longo da história”
Revela Jonathan. “E a empatia sempre foi um núcleo da franquia, e continua sendo, então existe essa coesão tonal.”
Apesar disso, o jogo está sendo detonado por muitas pessoas nas avaliações de agregadores de reviews. “Eu tenho fé que o jogo alcançará e falará com cada vez mais pessoas conforme o tempo passar”, espera Felice. “eu prefiro enxergar isso como um reflexo de quantas pessoas se importam e de quantos alcançamos. Agora estamos na fase do review bomb, mas passaremos por isso e saíremos mais fortes.”